Do Jornal do Commercio desta sexta-feira (21) Por Jumariana Oliveira A escolha do candidato apoiado pelo governador Eduardo Campos (PSB) deverá provocar alterações no rumo da oposição, mesmo que ninguém assuma abertamente.

Ontem, após a divulgação do nome de Paulo Câmara (PSB) como postulante à sucessão estadual, o deputado federal João Paulo (PT) admitiu que a eleição não será fácil.

Segundo o ex-prefeito do Recife, qualquer nome escolhido por Eduardo poderá causar dificuldades para os petistas. “Qualquer nome que ele apresentar é forte.

Sem sombra de dúvidas, vai ser uma eleição difícil”, admitiu.

O petista, no entanto, destacou que para os socialistas a situação também não será tranquila.

João Paulo lembrou que Paulo Câmara é um técnico e, consequentemente, não é conhecido pela população. “Além de ser desconhecido, tem a questão de ele não ter unificado a base, tem muitas insatisfações.

Além disso, ele não tem tradição política.

Os embates (da campanha) vão exigir uma pessoa mais experiente.

Com certeza, vai ser uma candidatura difícil”, frisou o petista, que tem o nome cotado para disputar uma vaga majoritária.

Apesar de reconhecer as dificuldades, João Paulo disse que não há previsão de mudar o roteiro de conversas do partido.

No entanto, ontem mesmo o petista se reuniu com o senador Armando Monteiro Neto (PTB), nome que poderá ter o apoio do PT.

O deputado não quis adiantar se a sua legenda vai apoiar o petebista ou se lançará candidatura própria.

A presidente estadual do PT, deputada estadual Teresa Leitão, disse que não tinha comentários a fazer sobre a escolha de Paulo Câmara, mas garantiu que o processo de discussão no partido não será alterado.

Somente após os encontros marcados para acontecer em todas as regiões do Estado é que a legenda vai anunciar sua decisão, que está marcada para o dia 23 de março.

SILÊNCIO Os petebistas passaram o dia de ontem recolhidos.

O pré-candidato da legenda, senador Armando Monteiro Neto silenciou.

Ele disse que só vai se pronunciar após a oficialização do PSB.

Os deputados e lideranças do partido não atenderam as ligações da reportagem.

Lideranças do PDT e PCdoB, que ainda não sabem o rumo que o partido vai seguir - já que, nacionalmente, estão no palanque do PT - também ficaram em silêncio.