Por Michel Zaidan Filho Nunca votei e nem fiz parte da base do ex-deputado e colega da Pós-graduação em Direito, Maurício Rands.
Em todos os episódios e situações compartilhados com o referido professor, sempre fiquei com uma sensação desagradável de estar diante de alguém que não mede esforços quando se trata de conseguir o que quer, a despeito de compromissos e lealdades. É aquela velha história: quem pode me oferecer no momento as melhores vantagens - os servidores públicos federais (que bateram à porta do meu escritório de advogacia), o governo Lula e a sua necessidade de taxar os inativos, o governo estadual e seu objetivo de quebrar o PT em Pernambuco?
Num lançamento de livro coletivo sobre Josué de Castro, estava ele na fila dos pedintes de autógrafo.
Relutei.
Disse-lhe que não sabia ou o que podia escrever na dedicatória.
Ele mesmo ditou a frase e eu, por educação, acrescentei (“Sic”), para deixar claro que não eram minhas as palavras.
Na campanha solidária para indicação de um magistrado federal ao STF, Rands fêz uma vingança mesquinha contra o magistrado, porque tinha sido contrariado no tribunal regional num pedido de celeridade para o despacho de uma petição de seu escritório.
Enfim, posso até ser “um engenheiro de obras feitas”, como me tratou uma vez, em banca examinadora, mas tenho dificuldades de aceitar uma carreira política como essa.
A volta dessa cidadão a Pernambuco, depois de estar há muito tempo confortavelmente instalado na Holanda, neste período pré-eleitoral aqui e no Brasil só pode ter um único signficado: dar uma modesta contribuiçãozinha ao seu chefe e protetor nas eleições estaduais e federais.
Especula-se que seria o nome mais indicado, ao invés do primo do governador, para a chapa majoritária em Pernambuco.
Será?- Tudo é possível quando não se tem escrúpulos de “sujar as mãos” na política, para agradar ao poderoso da hora, em troca de benesses e favores.
Existem políticos que se candidatam e sempre perdem as eleições, mas não mudam de lado.
E existem aqueles que vivem mudando de lado (e se dão bem), quando é conveniente.
Este parece ser o caso do ex-deputado e professor licenciado da UFPE.
Imagino que lições poderia ele dar, em seu magistério, da política e dos políticos aos quais se aliou.
Talvez tenha aprendido de Maquiavel o menos importante: como fazer para se manter sempre na situação, mesmo transigindo com as idéias e os companheiros de partido.
Ou criando o Partido dos Meus Interesses (PMI).