Na Folha de São Paulo A Procuradoria-Geral da República foi à Itália tentar impedir que o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato seja solto pela Justiça.
Até o fim da semana, o governo brasileiro vai enviar à Itália o pedido de extradição de Pizzolato.
A cada dez dias úteis, a Justiça italiana analisará se o brasileiro continua na penitenciária de Módena –onde está desde que foi preso, no dia 5 de fevereiro–, se aguarda o processo em prisão domiciliar ou se pode ser solto.
Ontem acabou o primeiro prazo, contado desde a expedição do mandado de prisão.
O Ministério da Justiça emitiu parecer à Corte de Bolonha, que até o fim do dia não havia divulgado sua decisão.
O advogado de Pizzolato, Lorenzo Bergami, disse que não havia sido comunicado da decisão.
Na semana passada a Justiça italiana negou pedido para que Pizzolato ficasse em prisão domiciliar.
Ontem, os dois representantes da Procuradoria-Geral da República enviados pelo Brasil à Itália se reuniram em Bolonha com a a procuradora italiana Miranda Bambace. “O objetivo principal de a PGR [Procuradoria-Geral da República] nos mandar para cá foi para impedir que isso [soltura de Pizzolato] aconteça, além de obter informações detalhadas sobre o processo”, disse o chefe do setor de Cooperação Internacional da Procuradoria, Vladimir Aras, ao fim do encontro.
Aras e o chefe de gabinete do órgão brasileiro, Eduardo Pelella, estão na Itália desde o dia 13.
Pelella irá hoje a Módena consultar o processo que corre contra Pizzolato.
No encontro de ontem, os enviados brasileiros recolheram informações sobre a documentação a ser enviada junto com o pedido de extradição para ter certeza de que não haverá erros no pedido.
A intenção do Brasil é enviar à Itália o máximo de informações para tentar agilizar a extradição de Pizzolato, que estava foragido desde novembro de 2013.
O governo brasileiro tem um prazo de 40 dias, a contar a data da prisão do ex-diretor do BB, para requisitar formalmente a sua extradição para a Itália.
TRADUÇÃO O pedido será enviado ao Ministério da Justiça italiano até o fim desta semana.
Até ontem, a PGR ainda tinha pendentes a tradução da parte do acórdão do caso que será entregue junto com o pedido (cerca de 220 páginas do total do processo do mensalão) e trâmites extras exigidos pelos procuradores italianos.
Com o documento traduzido, a Procuradoria entregará o pedido ao Ministério da Justiça e, em seguida, ao Itamaraty –que então o enviará para o Ministério da Justiça da Itália. “Nós viemos entender bem este procedimento para instruir melhor o pedido”, afirmou Pelella.
O texto do pedido se baseia no Tratado de Extradição entre Brasil e Itália e no Código Penal italiano. “O Estado brasileiro, no caso a PGR, tem interesse em que essa prisão seja mantida, é lógico”, afirmou Aras ontem.