Foto: reprodução da TV Jornal Durante a entrevista veiculada na manhã desta segunda-feira (17) no programa Ponto Final da TV Jornal, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou que os congressistas devem ter cautela na hora de discutir formas de reger as manifestações que vêm ocorrendo em todo o País, mas defendeu que é preciso aproveitar a comoção social pela morte do cinegrafista da rede Bandeirantes para votar o tema no Parlamento. “A gente acaba, também, sendo tocado por duas situações.
Ou fazemos a lei [de terrorismo] no calor dos debates, da necessidade, depois de um episódio lamentável como esse, ou não fazemos”, afirmou.
O ministro ainda criticou o uso de violência durantes os protestos e deixou claro que o uso de objetos violentos não é amparado pela Constituição Federal.
Leia também: Alguns partidos imaginam que têm o dom da verdade, afirma Gilmar Mendes No Recife, Gilmar Mendes volta a reclamar de vaquinha para pagamento de penas e ironiza Suplicy Ano eleitoral será tenso, avalia Gilmar Mendes “A Constituição é muito clara.
Ela diz que é possível a reunião em espaço aberto e sem armas.
Não é possível que alguém leve desde estilete, até foguete, bombas, ou pedras mesmo, para uma reunião deste tipo.
Então é preciso que nós olhemos criticamente para essa questão”, defendeu.
O ministro disse ainda que é preciso aproveitar o momento para discutir também uma lei sobre o abuso de autoridade. “Porque também temos abusos.
Inclusive, se queixa muito de abusos da própria policia”, afirmou.
O ministro do Supremo disse não saber se as grandes mobilizações ocorridas em junho do ano passado voltarão a ocorrer agora em 2014, no período de eleição e Copa do Mundo. “O que eu percebo é que há um certo incômodo, uma certa descrença no funcionamento dos serviços, na má qualidade dos serviços que são apresentados.
E as pessoas estão traduzindo isso de alguma maneira”, disse.
Apesar de dizer que não tem todos os dados a respeito das obras da Copa, Mendes também lembrou que existem problemas como atraso na entrega de projetos viários e estádios incompletos; mesmo a realização do mundial sendo um compromisso internacional do País. “Isso conta um pouco uma história de desatenção, de despreparo, de falta de gerenciamento.
E se isso ocorre nesta área, deve estar ocorrendo também em outras”, diz. “Me parece que nós estamos passando por uma crise séria de gerenciamento”. afirmou também.