Foto: reprodução da TV Jornal Numa referência ao PT, com o qual tem travado uma discussão polêmica após ter declarado que as doações realizadas para pagar a pena dos condenados no julgamento do Mensalão podem ser ilegais, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou, em entrevista ao programa Ponto Final da TV Jornal que foi ar no Recife na manhã desta segunda-feira (17), que “alguns partidos”, por ter o apoio da população, acreditam ter o dom da verdade. “Alguns partidos, talvez, imaginem que, por terem apoio, ou supostou, ou efetivo, de uma dada camada da população, que eles têm o dom da verdade”, afirmou o ministro. “Como nós estamos no Estado de Direito nós temos que entender que, a rigor, ninguém está acima da Lei.
Este é um referencial importante”, cobrou Mendes.
Veja a entrevista ao apresentador Aldo Vilela: Ponto Final entrevista o Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes Durante a entrevista, o ministro do STF voltou a questionar o sistema de arrecadação de dinheiro utilizado pelo PT para pagar a multa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, do ex-presidente do PT, José Genoino e do ex-tesoureiro da sigla, Delúbio Soares. “Vimos sites colocados no exterior, sem a auditagem devida, não é?
Coleta de R$ 600 mil em um dia”, questionou o ministro Apenas por meio da Internet, Delúbio e Genoíno conseguiram arrecadas R$ 1,7 milhão para pagar as suas dívidas, orçadas em R$ 1,1 milhão.
Já Dirceu já levantou R$ 334 mil dos R$ 971 que precisa para quitar a multa.
A promessa do PT é usar o excedente dos outros militantes para completar o valor. “Isso não se trata de partidarizar a discussão.
Acho, apenas, que é trazer um pouco de razoabilidade para o debate”, rebateu Mendes, depois que o presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que ele tratava o STF como se fosse um partido político.
Julgamento atípico Apesar de dizer que conseguir chegar até o final do julgamento foi bom para as instituições brasileiras, o ministro reconheceu o peso que o julgamento teve sobre a Corte. “Este julgamento do Mensalão, foi um julgamento atípico.
Com muitas sessões.
Longo e complexo.
Politizado.
Muitas pressões”, afirmou.
De acordo com o ministro, havia uma tradição de que as pessoas de um determinado status político nunca seriam punidas. “Então, o resultado de alguma forma foi surpreendente.
Daí a popularidade do ministro Joaquim Barbosa, como relator do processo”, justificou. “Também o processo teve aspectos negativos.
Ter essa pauta exclusivamente criminal por tanto tempo acabou por afetar as respostas que nós poderíamos dar a outras questões”, disse ainda.
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