Da Agência Estado O PT discute a indicação da ministra das Relações Institucionais Ideli Salvatti (SC), para vaga de ministra do Tribunal de Contas da União (TCU).
O objetivo é tornar a Corte mais governista e resolver a situação da petista, já que, sem espaço no seu partido em Santa Catarina, ela não deve disputar nenhum cargo nas próximas eleições.
Além disso, não continuará na Esplanada se a presidente Dilma Rousseff se reeleger.
De acordo com as articulações em andamento, a ministra continuaria na Esplanada até o fim do ano e seria indicada para a vaga de José Jorge no tribunal, que se aposenta do cargo em novembro, quando completa 70 anos.
Egresso de partidos da oposição e ex-ministro de Fernando Henrique Cardoso, ele é considerado pelos petistas um dos mais duros em julgamentos que envolvem interesses do Planalto.
Nesse sentido, a substituição de Ideli por ele tornaria o plenário da Corte mais amigável ao petismo.
Pelas regras constitucionais de escolha de ministros do TCU, cabe ao Senado as duas próximas indicações, Casa em que o governo tem ampla maioria e que não gerou grandes problemas a Dilma durante seu mandato.
A última escolha de ministro do TCU coube à Câmara, em abril de 2012.
Na ocasião, a ministra Ana Arraes, mãe do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), foi escolhida.
O pernambucano era da base aliada na época mas, no ano passado, rompeu com Planalto para disputar a Presidência.
Em razão disso, Ana Arraes agora é considerada adversária na Corte, principalmente por sua atuação contrária aos interesses do governo no julgamento das concessões portuárias.
A articulação pró-Ideli será usada pelo PT nas negociações com o PMDB, que pretende indicar o senador Gim Argelo (PTB-DF) para a outra vaga a ser aberta no TCU até o fim do ano.
Em outubro, o ministro Valmir Campelo chega à idade limite e também terá de se aposentar.
O nome do sucessor dele no cargo terá de ser aprovado pelos senadores.