Foto: Diego Nigro/JC Imagem Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PE, o advogado João Olímpio afirmou que a Penitenciária Agroindustrial São José (PAISJ) é um retrato do sistema penitenciário brasileiro, em conversa com o Blog no início da tarde desta quinta-feira (13).

Pelo menos dois presos morreram na manhã desta quinta em uma rebelião ocorrida na unidade prisional, situada em Itamaracá, no Grande Recife. “O problema número um é a superlotação”, diz o advogado que integra o grupo da OAB que está vistoriando os presídios do Estado para montar um quadro da situação prisional do Estado.

Cerca de 1.800 presos estão detidos na penitenciária, que tem capacidade para 650 homens.

Leia também: Dois detentos morrem em rebelião na Penitenciária Agroindustrial São João OAB-PE vistoria presídios de Itamaracá “Isso é uma realidade cruel, que infelizmente nós estamos encontrando em todos os lugares”, afirmou.

Para o advogado, há pelo menos o dobro de presos em relação ao número de vagas em todas as unidades prisionais.

Segundo João Olímpio, o excesso de presos acaba causando a piora nas condições de saúde e higiene.

O PAI foi vistoriado pela OAB nessa terça-feira (11). “Não detectamos nenhum ambiente que pudesse dizer que estava prestes a ocorrer qualquer levante”, revelou.

Os presos do PAI criticavam o tratamento recebido pelos familiares, a alimentação de péssima qualidade e a saída do diretor da unidade, Ricardo Luiz Pereira.

A rebelião começou por volta das 7h30 e foi controlada pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar por volta das 9h.

Pela manhã, o grupo da OAB esteve na Colônia Penal Feminina do Recife (CPFR).

No dia 21, a Ordem visita o Presídio Rorenildo da Rocha Leão, em Palmares.

O grupo também está tentando marcar uma visita para o Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel).

Nas visitas, a OAB tem condição de conversar com a direção dos presídios e também com os presos.

Todos os dados serão processados em um relatório que deve ficar pronto em março.

A partir daí, a instituição vai brigar para instaurar mudanças no sistema penitenciário do Estado.