Por Janio de Freitas, na Folha de São Paulo O TSE deve algum sinal orientador entre afrouxar o rigor legal ou cobrar sua aplicação sem concessões As diretrizes do programa de governo lançadas por Eduardo Campos e Marina Silva não saíram da mais pobre obviedade, mas, talvez como compensação, os dois saíram da linha: foi um ato de propaganda eleitoral explícita, até anunciado e com convocação da imprensa, quando a legislação ainda o proíbe.
Se não pretende lançar também as suas diretrizes, o Tribunal Superior Eleitoral deve aos seus sucedâneos estaduais algum sinal orientador entre afrouxar o rigor legal ou cobrar sua aplicação sem concessões.
Do contrário, as eleições começam a desmoralizar-se antes mesmo de iniciado oficialmente o direito de propaganda: tanto há procuradores e juízes eleitorais vigilantes e aplicando sanções, muitas delas noticiadas, como em outros Estados a complacência prevalece.
Para a imprensa política, todo ato de Dilma Rousseff é relacionado com propósito eleitoral.
Não seria tão difícil, porém, para os experimentados procuradores e juízes distinguir os que são atos de governo e os que seriam dispensáveis como governo, mas se prestam a propaganda.
O mesmo para com atos dos governadores aspirantes a eleição ou reeleição.
Logo, se a tolerância com os outros pré-candidatos se deve a um pretendido equilíbrio deles com as vantagens dos governantes, a solução estará em mais vigilância e disposição do Ministério Público e da Justiça Eleitoral para reprimir os abusos do poder.
Não em relaxar aqui e endurecer ali.
Não deu para entender a afoiteza de Eduardo Campos e Marina Silva com suas diretrizes sem recheio.
A menos que tenha sido para Marina proclamar Eduardo Campos, como fez com explicitude propagandística total, “o futuro presidente do Brasil”.
Uma aparente e inconvincente resposta, com tanta disputa política ainda por vir, à dúvida sobre qual deles disputará com Dilma. À parte o propósito de ambos, se houve algum, foi quase uma provocação que Eduardo Campos decidisse lançar suas diretrizes de presidente em Brasília, nos domínios do Tribunal Superior Eleitoral.
A cinco meses do início legal da propaganda, em 6 de julho.
DE FORA Henrique Pizzolato preso na Itália por estar usando o passaporte do irmão.
Mas Pizzolato é italiano, não precisa usar passaporte na Itália.
Tem documento específico da dupla nacionalidade.
A médica cubana levou quatro meses entre “descobrir que ganha muito pouco” e procurar o deputado Ronaldo Caiado para pedir asilo, em vez de um dos três ministérios apropriados no seu caso.
Interessante, aliás, a escolha que fez, de um deputado pouco conhecido até dos brasileiros e que nem é do Pará, onde ela estava.
Sabe das coisas a brava senhora, ao menos quanto a parlamentares.
Mas ou não sabe o quanto ganha ou mentiu com persistência.
Nas insistentes e diferentes menções à sua remuneração, omitiu sempre o pagamento que recebe da prefeitura para a alimentação, como os demais integrantes do Mais Médicos.
E ainda há a moradia.
Essa história da doutora Ramona dá rumba.