Por Fernando Rodrigues Delúbio Soares é uma potência.
Conseguiu mais apoio financeiro na internet do que Dilma Rousseff e Marina Silva juntas.
O ex-tesoureiro do PT, agora cumprindo pena após ter sido condenado no mensalão, lançou uma campanha on-line para pagar sua multa de R$ 466.888,90.
Abriu um site na internet e entesourou R$ 1.013.657,26.
Num dia apenas entraram cerca de R$ 600 mil na conta delubiana.
Trata-se de um fenômeno novo na política brasileira.
Em 2010, Dilma Rousseff elegeu-se presidente e não chegou nem perto disso.
Com o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva e a tecnologia comprada da equipe digital de Barack Obama, a petista recebeu 2.032 doações via web, totalizando R$ 180 mil.
Também em 2010, a sonhática Marina Silva, uma avalanche nas redes sociais, conseguiu pífias 3.095 doações na internet.
Arrecadou R$ 171 mil nessa plataforma.
O tucano José Serra nem tentou pedir dinheiro na internet há quatro anos.
Somados os valores obtidos via web por Dilma e Marina, chega-se a R$ 351 mil.
Ou seja, mesmo juntas elas receberam durante toda a campanha presidencial de 2010 menos da metade do que Delúbio Soares ganhou em poucas semanas.
Ontem, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes disse enxergar “algo muito estranho” nessas doações a jato para mensaleiros condenados.
Além de Delúbio, outro sucesso arrecadatório foi José Genoino, que pagou com folga sua multa de R$ 667.513,92.
Estranho ou não, quem vai esclarecer é a Receita Federal –mas só em 2015, quando o Leão analisará as declarações de Imposto de Renda de todos os contribuintes brasileiros sobre o ano-base 2014. É fácil acelerar o processo.
Basta o Ministério Público requerer detalhes sobre todos os doadores e de onde saiu o dinheiro de cada um.
Seria útil o Brasil conhecer como funciona esse fascinante novo fenômeno de benemerência na política.