Por Henrique Barbosa, especial para o Blog de Jamildo A escolha do candidato caseiro que vai disputar a eleição para governar Pernambuco no mandato de 2015/2019 está tomando o rumo do nada.
O premiado de hoje não significa que será o mais votado nas convenções do PSB em junho, prazo que o TSE determina para a formação das chapas para a disputa eleitoral.
Até porque a sucessão em Pernambuco será a do governador João Lyra e não Eduardo Campos.
Este disputará a sucessão de Dilma Rousseff na presidência da República.
Diferentemente do atual vice-governador, a presidenta é candidata a sua reeleição.
João Lyra na briga.
A estrada está mais sinuosa em função das muitas variáveis que estão no caminho.
Vamos aos fatos.
O PSB está em pé de guerra.
Alguns caciques querem a oportunidade de governar Pernambuco.
Legítimo.
Agora, se o governador ainda não conseguiu anunciar o escolhido significa que ele está com sérias dificuldades internas se não já teria anunciado e dado uma carreira para a campanha presidencial.
Mas, a unidade ainda não foi conseguida.
Cada dia que o governador demora na definição perde um tempo precioso que poderá fazer falta mais na frente, pois o seu objetivo primordial é chegar ao segundo turno o que lhe daria enormes chances de ter a faixa de presidente.
Chegando lá, teria o apoio do PSDB de Aécio Neves, principalmente de Minas Gerais e de Geraldo Alckmin (PSDB) e Serra, em São Paulo.
Ocorrendo o contrário, as dificuldades serão enormes, pois ficará muito complicado para o PSB-Rede não declarar apoio a chapa Dilma/Lula de onde foram gerados.
Então por que a demora aqui.
Ninguém abre pra ninguém.
Tem Paulo Câmara, Danilo Cabral, Tadeu Alencar, Fernando Bezerra e João Lyra.
Este último tem se movimentado nos bastidores mais do que seus concorrentes fora das hostes do PSB e do peso do governador.
Lyra, por exemplo é único que hoje une o PMDB.
Além do senador Jarbas Vasconcelos, traz para o seu palanque o maior adversário do governador que é o prefeito de Petrolina, Júlio Rossio, declaradamente eleitor do vice-governador.
Numa lapada só se reelegeu vencendo as máquinas do Estado e do Ministério da Integração Nacional.
Fernando Bezerra Coelho, também tem estrada, mas poderia estar mais se migrasse para o PT enquanto havia convite e prazo.
Os demais, demonstram competência nas secretarias estaduais, porém nunca disputaram uma eleição executiva.
Tá feia a coisa!
O governador tem na marca da sua caneta o peso de uma gestão muito bem avaliada nós últimos sete anos em Pernambuco.
Mas, a tinta acaba no final de março.
Em abril haverá outro1 tinteiro e outra marca de caneta.
Já dizia o Agamenon Magalhães, o mais poderoso político pernambucano do século passado " que ninguém governa governador “.
Mas, para a escolha do sucessor de Pernambuco, prefiro a frase do poeta Jessier Quirino no Bolero de Isabel que diz: " É um nó dado por São Pedro e arrochado por São Cosme Damião “.
Os fatos estão aí para contar a história.
Carlos Wilson quando sucedeu Arraes, no ano de 1990, exerceu plenamente os 11 meses de governo.
Não concorreu à reeleição e aceitou a indicação de Jarbas Vasconcelos que disputou com Joaquim Francisco a eleição majoritária vencida por JF.
Outro mandato de 11 meses foi o de Mendonça Filho, vice de Jarbas por sete anos.
Naquele período, imaginava-se que o candidato natural da aliança seria o senador Sérgio Guerra.
Não teve êxito.
Mendonça Filho que disputar a sua reeleição foi o candidato da " aliança " na disputa com Eduardo Campos que venceu a eleição.
O curioso é que na política brasileira quem está no poder quer mandar, interferir, só ouvir quem quer e continuar o centro das decisões.
Deixa o cargo, vai para outra missão eleitoral, mas mantém um " olho na missa e outro na sacristão " para saber de tudo.
Quem assume, ainda, deve obediência completa.
A crise do ex-presidente Lula com o presidente do STF, Joaquim Barbosa não tem outro motivo.
Por tê-lo nomeado ministro em 2003 deve ter pensado que poderia ter poder sobre as decisões que viria a tomar no STF.
Caso contrário, não haveria motivos para criticar as decisões de Joaquim Barbosa para que os petistas mensaleiros fossem para a cadeia.
Aqui, também, está acontecendo o mesmo.
Pelo andar da carruagem, João Lyra Neto não foi ouvido sobre a sua sucessão e está com a ficha de número 2014 para conseguir uma consulta com o governador Eduardo Campos.
Mas, como dizia Magalhães Pinto, a política é feito uma nuvem: “Você olha para o céu e está de um jeito, pisca e olha novamente e já mudou.
Só que essas mudanças têm hora pra acabar.