A presidente Dilma Rousseff esteve ocupada na última semana, mas não no Brasil Por Kenneth Maxwell Em Davos, ela se reuniu com o 1% do 1% da elite financeira global no Fórum Econômico Mundial realizado no alto das montanhas suíças.

Também visitou o presidente da Fifa, Joseph Blatter, em Zurique.

Blatter, no entanto, continua preocupado com os preparativos para a Copa do Mundo no Brasil e os figurões financeiros estavam mais preocupados com o colapso da Argentina.

Depois Dilma visitou Lisboa, onde ficou no Four Seasons Ritz Hotel.

Os 30 membros de sua delegação se dividiram entre o Ritz e o Tivoli Hotel.

O Airbus 319 da Presidência aparentemente precisava ser reabastecido em Lisboa.

Ao menos foi essa a desculpa dada para justificar a parada em Portugal.

Ela jantou no restaurante Eleven, localizado no alto de uma colina no topo do parque Eduardo 7º (que celebra um monarca britânico, não português), e o único da cidade a contar com uma cobiçada estrela no guia Michelin.

Dilma não tinha compromissos oficiais em Portugal.

Perguntada sobre a despesa da refeição, Dilma respondeu: “Eu pago a minha conta”.

A foto de Dilma posando com o chef e um dos sócios do restaurante, Joachim Koerper, levou um jornalista brasileiro a fazer um comentário nada gentil sobre as pesadas marcas escuras que cercavam os olhos da presidente: “Isso é o vinho ou cirurgia plástica em processo de cicatrização?” Depois ela seguiu a Havana para a 2ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos, encontro famoso principalmente pelo fato de que exclui tanto os Estados Unidos quanto o Canadá.

Com o presidente Raúl Castro, ela inaugurou o primeiro estágio do novo terminal de contêineres do porto de Mariel, que o Brasil financiou com a Odebrecht.

Mariel é mal-afamado entre os cubanos dos EUA.

Foi de lá que, nos anos 80, milhares de cubanos partiram em pequenos barcos improvisados rumo à Flórida, acontecimento que não foi esquecido pelo senador Robert Menendez, democrata de Nova Jersey e presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado norte-americano, ou pela deputada Ileana Ros-Lehtinen, republicana, uma das integrantes mais importantes do Comitê de Assuntos Internacionais da Câmara dos Deputados norte-americana.

A visita de Dilma foi muito noticiada em Miami.

Dilma agradeceu a Raúl Castro por enviar 5.378 médicos cubanos ao Brasil para participar do programa “Mais Médicos”.

Ela se encontrou com o duradouro veterano da revolução, Fidel Castro: tudo muito bem, em um mundo ideal.

Mas isso causa problemas para o Brasil em 2014.

A política externa, para o bem ou para o mal, tem consequências, afinal.