Por Fernando Castilho, especial para o Blog de Jamildo O candidato ao governo de Pernambuco, do governador Eduardo Campos, pode ser João Lyra Neto, Fernando Bezerra Coelho, Tadeu Alencar, Paulo Câmara ou Roger de Renor, com sua rural.
Mas, o candidato ao Senado é Jarbas Vasconcelos.
Ou melhor, à reeleição.
Tem que ser.
Porque qualquer um desses nomes dessa lista dos “sem votos” na qual o governador terá que escolher, precisa de Jarbas assim como o crente precisa da fé no Senhor.
Ou, como diria um neopentecostal, vai precisar estar “amarrado”, com Jarbas, em nome de Jesus.
Porque, ao contrário de Jarbas que tem votos, prestígio nacional e um partido com mais de quatro minutos no horário político, Eduardo Campos precisa dele para montar uma chapa que tenha liga.
E dele, em nível nacional.
Eduardo Campos sabe disso melhor do que ninguém.
E não precisa ser nenhum Liberato Costa Junior para perceber isso.
Imagine uma chapa sem Jarbas?
Imagine uma chapa com qualquer outro nome que não seja Jarbas?
O governador, que é o fiador do projeto de continuidade do modelo de gestão que ele pretende mostrar ao País, vai dizer o quê?
Tem mais: Jarbas já fez o que tinha de fazer para assegurar a vaga.
Como é o “dono” da franquia do PMDB em Pernambuco, Jarbas já cuidou de fazer o partido dizer que o nome é o dele e priu!
Ou alguém acha que Dorany Sampaio diz alguma coisa sobre o partido, sem Jarbas mandar?
Certo, Jarbas manda no PMDB, mas Eduardo Campos manda no resto da Frente Popular em Pernambuco.
Ele pode entender de achar que, assim como pode inventar um candidato como está fazendo com Tadeu Alencar, poderá inventar um candidato ao Senado?
Pode.
Mas, vai botar quem?
Eduardo da Fonte, que senta com Dilma toda segunda-feira no Conselho Político?
Inocêncio Oliveira, que teria assim uma chance de competir na primeira divisão?
Fernando Bezerra Coelho?
Pode, mas vai combinar o quê com os russos, também chamado de povo?
E o tempo que ele precisa no horário político?
Por acaso ele acha que Jarbas vai aceitar “indicar” um nome para vice para uma chapa meia boa e sem votos, cuja única chance de sucesso é o prestígio do governador, que aliás, além disso vai ter que cuidar de uma campanha presidencial?
Por acaso, acha que Jarbas (com metade das intenções de votos em qualquer pesquisa) vai aceitar disputar a Câmara Federal?
Bom, seria interessante ver uma campanha com Jarbas Vasconcelos pedindo votos ao lado de Felipe Carreiras e João Henrique Accioly Campos numa chapa cuja cabeça seria Tadeu Alencar, Raul Henry e Eduardo da Fonte, Inocêncio Oliveira ou qualquer outro nome, com todo respeito que cada um deles merece como político.
Se seria complicado explicar, aqui, ao eleitor de Pernambuco, imagina isso lá fora?
Como justificar que o senador de maior prestígio pessoal do PMDB no Brasil não ancora a chapa ao governo de Pernambuco?
Alguém acha que o PMDB, que reclama de Jarbas, mas conta com ele no nível nacional, vai aceitar perder uma vaga certa no Senado para barganhar contra Dilma Rousseff?
Então, não existe isso de vaga de nome novo para senador.
Seja qual for a chapa que o governador Eduardo Campos apresentar em breve, um nome já está escolhido: Jarbas Vasconcelos.
Porque o senador do PMDB não vai ser decisivo só para avalizar o nome de Eduardo Campos ao governo de Pernambuco.
Vai ser decisivo para avalizar o candidato à presidência da República, Eduardo Campos, num segmento político muito mais sério e que confia nele.
Dito de outra forma: Para Eduardo Campos, Jarbas não só é candidato com vaga certa. É fiador de sua própria candidatura.
E o mais interessante: Jarbas fez tudo sem ter dito uma só palavra sobre o tema.