0 que se passa na cabeça do eleitor?

Por Michel Zaidan Filho O duro e impopular exercício da crítica, num contexto de baixa socialização política, faz com que muitas opiniões e juízos políticos sobre pessoas, situações e fatos sejam tomadas como uma agressão gratuita e mau humorada.

Entendo que nem sempre as pessoas distinguam com clareza a linha tênue entre o argumento, a impressão e a mera desqualificação.

Uns, pela paixão; outros pelo interesse.

De todo jeito, é difícil contentar a uns e outros.

Cada um tem o direito de acreditar e escolher o caminho ou a opção política que achar melhor.

Vivemos naquilo que os autores de direito constitucional chamam “Estado de Direito Democrático”, com exceção - é claro - no carnaval. É desagradável também ouvir o que nos contraria, o que enxerga defeitos e vícios nos modelos que escolhemos para admirar.

Esses críticos são rejeitados em limine, segundo o método de Oswald de Andrade: não li, não gostei…

De toda maneira, enquanto o editor e a polícia permitirem vamos externando por aqui o que pensamos da conjuntura política do Pernambuco e do Brasil.

Acreditamos que vamos marchar eleitoralmente para uma polarização, a nivel nacional, que deve contrariar muitas alianças,a nivel local.

Que o diga o “embroglio” de São Paulo: o chefe tende a apoiar a candidatura psdebista; mas a aliada de chapa, não.

A polarização é o aspecto plebiscitário das eleições nacionais.

E, como numa partida de futebol, cada um torce pelo seu time ou pelo seu partido e candidato.

Naturalmente, esta torçida contribue muito para a irracionalidade do voto.

Porque aí se vota no amigo ou no inimigo, não há meio termo, ou possibilidade de crítica ou de uma avaliação mais ponderada do voto.

Mas é nossa humilde opinião que quanto mais as colunas dos jornais e dos blogs aceitem o contraditório e o pluralismo de opiniões, elas contribuem para uma formação democrática da vontade política do eleitor, obrigando-0 a refletir sobre os argumentos apresentados e a contradizê-los ou aceitá-los.

A moralidade da democracia é o processo racional da formação da vontade política.

Sem isso, é a pseudo-unanimidade em torno do vitorioso de turno, a partir da manipulação das pessoas.

Por isso, continuaremos criticando e apelando para o senso crítico dos leitores.

Com paciência, a catequese e a evangelização produzirão os frutos da democracia.