O grupo de produtores de cana-de-açúcar que se reúne no Recife na manhã desta quarta-feira (15) para defender que as subvenções federais para o produto sejam estendidas pela próxima década, quer que o Governo Federal suspenda a importação de etanol de milho dos Estados Unidos para o Nordeste.
Coube a União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), que representa mais de 22 mil agricultores, solicitar a suspensão da importação à Superintendência de Abastecimento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O álcool foi importado sob a alegação de que há um possível desabastecimento do produto no Nordeste, em função dos problemas de produção enfrentados pelo setor em 2013.
A entrada do etanol no mercado, porém, tende a baratear o valor da cana, uma vez que ele é dado em função do preço de seus produtos industrializados. “Com a concorrência do etanol forasteiro, ocorrerá uma depreciação dos valores do etanol local e, consequentemente, dos valores da cana”, explica Alexandre Andrade Lima, presidente da Unida.
A entidade acredita que a entrada do álcool estrangeiro pode dificultar a recuperação do setor, que luta para se manter viável após os prejuízos provocados pela seca.
Dentre as críticas, o grupo lembra ainda que o etanol de milho não é fiscalizado pela ANP.
Dessa forma, dizem os produtores, a certificação quanto à qualidade do combustível importado.
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