Enquanto os petistas seguem acusando pelas redes sociais o governador Eduardo Campos de traidor do PT, numa tentativa de jogar o candidato a presidente no fogo cruzado, os socialitas, no Recife, apostaram em uma solenidade simbólica, da figura do pernambucano que não se curva.
Nesta terça-feira, a Prefeitura do Recife rememorou o Arcabuzamento de Frei Caneca, no Museu da Cidade do Recife, no ano em que se comemora os 189 anos de sua execução.
O mártir pernambucano que marcou a história do Brasil, embora tão pouco valorizado no cenário nacional, em comparação com os mineiros, por exemplo, foi lembrado pelo prefeito Geraldo Julio como “um representante da luta brasileira pela democratização e pela liberdade”.
A programação teve início com o prefeito colocando uma coroa de flores sobre o busto de Frei Caneca, localizado diante dos muros do Forte das Cinco Pontas, onde o religioso tombou morto devido à sua ativa participação nos movimentos revolucionários do século XIX – a Revolução Pernambucana de 1817 e a Confederação do Equador, em 1824.
O arcabuzamento de Frei Caneca ocorreu em 13 de janeiro de 1825, por ordem da Coroa Imperial do Brasil.
A solenidade seguiu dentro do Museu da Cidade, reunindo a ordem maçônica local, tendo o Grão-Mestre Antônio do Carmo como representante; o vice-prefeito Luciano Siqueira; o comandante da Guarda Municipal do Recife, inspetor Marcílio Domingos; a diretora geral do Museu da Cidade do Recife, Betânia Correia; o vice-presidente do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, José Luiz da Mota; e o artista plástico Abelardo da Hora.
Ordem maçônicas e para-maçônicas foram representadas pelo Grande Oriente Independente de Pernambuco - Goipe, Ordem DeMolay, Filhas de Jó e movimento do Escoteiros.
Para marcar a data, o prefeito Geraldo Julio realizou a troca da bandeira da cidade ao lado do vice-prefeito, Luciano Siqueira, sob o hino do Recife, executado pela Banda da Polícia Militar de Pernambuco e acompanhado pelo coral da Empresa de Urbanização do Recife - URB.
O gestor mencionou a importância do ato cívico-cultural, citando a bravura deste herói da pátria nascido no Recife. “Frei Caneca lutou, acima de tudo, pela igualdade.
Lembrar a nossa história é fortalecer as certezas da nossa luta, dos nossos caminhos.
Podermos realizar este ato com a presença de crianças e jovens demonstra o papel importantíssimo de difundir esta memória”, declarou.
A diretora do Museu da Cidade do Recife, Betânia Correia, afirmou que “estas vivências funcionam como faróis, norteiam ações, orientam metas, iluminam o futuro”.
Segundo ela, “no momento em que a cidade do Recife vive um processo de modernização de seus espaços, valorizar e divulgar o legado de Caneca é apropriar-se do nosso maior capital, que está nos registros históricos, no simbolismo”.
CAFÉ COM CANECA- Como parte da programação que relembra os feitos de Joaquim do Amor Divino Rabello, o Frei Caneca, o Museu da Cidade do Recife vai realizar, de 14 a 18 de janeiro o Café com Caneca,uma mostra de filmes sobre o herói.
Serão exibidos “ Caneca e a Confederação do Equador”, e “ O mensageiro”, de Osman Godoy.
A mostra acontecerá no Forte das Cinco Pontas, das 12h30 às 13h, seguida de um bate-papo com café.