Por Michel Zaidan O atual ocupante do cargo de governandor do estado de Pernambuco queixou-se, numa emissora de rádio, de nunca ter atacado a honra dos adversários e por isso estranhava que fôsse chamado de “playboy” pelos adversários, através das redes sociais.
O mandatário pernambucano entende dos ataques à honra, sobretudo porque foi alvo desses ataques durante a época do escândalo dos precatórios e da matéria publicada pela revista “VEJA” sobre o segundo mandato do seu avô, intitulada:“biografia manchada”.
Seus familiares também tiveram sua honra atacada por intrigas e controvérsias genealógicas, que suscitaram indignados protestos e declarações através das redes sociais.
Por tudo isso, e pelo amor ao decoro público e privado, o governador deve saber muito bem o que é tem sua vida invadida e caluniada nas colunas de um pasquim provinciano, por um preposto seu, agraciado com uma prefeitura na região metropolitana, depois de ter realizado o “trabalho sujo” de injuriar e infamar os adversários do governador.
Prática, aliás, comum em nosso estado.
Quando o dono dos cachorros não vem ele próprio morder e atacar os inimigos, manda os cachorros e os seus leões-de-chácara.
Essa prática o nosso mandatário estadual conhece bem.
Portanto, não teria ele porque se queixar.
Como dizem por aí, quem está na chuva, é para se molhar.
Ser chamado de “playboy” pelos adversários não é nada, comparado à torrente de infãmias, calúnias e difamações que ele ajudou a destilar, através de apaniguados, contra os seus críticos.
Hoje, até o carnaval em Pernambuco passa pela aprovação dos chefes da SDS, com roteiro, hora, alegorias e enredo previamente aprovados por aquela sábia comissão carnavalesca.
O que esperava o governador, depois de assumir publicamente a sua candidatura, rompendo tardiamente com os aliados de ontem (por quem foi sobejamente beneficiado), e tornando-os, subitamente, em adversários políticos? - Achava que seria tratado a pão-de-ló?
Com mãos de pelica?
Prepare-se ele, será tratado como mero traidor, trânsfuga, oportunista eleitoral e coisas que tais.
Afinal, que tipo de tratamento merece um aliado desses?
Se o governador fôsse outro tipo de político, teria desembarcado do governo petista mais cedo, anunciado suas pretensões, dado a liberdade de escolha aos seus próprios correligionários e reconhecido publicamente os méritos, as contribuições, os avanços do governo que ajudou (e por ele foi ajudado) a criar.
Não sei se o “velho” Arraes apoiaria essa atitude dúbia e oportunista do neto.
Mas uma coisa é certa, não trairia a confiança dos amigos, nem virava a casaca com a maior desfaçatez.
Mas um é um, o outro é o outro.
E este outro está se saindo como um “pequeno” Maquiavel de provincia, a todo instante anunciando alianças e coligações improváveis, contribuindo para aumentar ainda mais a descrença e a desconfiança dos eleitores nos partidos e nos políticos brasileiros. É até possível que ele consiga atingir seus objetivos (sejam lá quais forem) mas será através da desqualificação e desestabilização (mediante a compra e a venda de apoios políticos) do quadro partidário brasileiro.