Por Gabriela López Do Jornal do Commercio deste domingo (12).

O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), tirou do papel até agora 56 demandas (aproximadamente 5% do total) que recebeu de herança dos ex-prefeitos João Paulo e João da Costa, referentes a um dos principais programas implantados pelas gestões petistas, o Orçamento Participativo (OP).

Ao assumir o Palácio do Capibaribe, a gestão socialista fez um levantamento e constatou a existência de 1.045 obras e serviços pendentes, votados em plenárias realizadas entre 2006 e 2012.

O prefeito Geraldo Julio comprometeu-se a realizar todos eles até o fim do mandato, mas esbarra em dificuldades como falta de projetos executivos, conforme relatos de auxiliares.

Segundo levantou a equipe do socialista, das mais de mil demandas, apenas 181 tinham projeto pronto para ser licitado e, mesmo assim, foi preciso atualizar financeiramente algumas obras. “Nenhuma empresa quer fazer em 2013 um serviço pelo mesmo preço de 2008”, explica o secretário de Governo, Sileno Guedes.

Segundo o secretário-executivo de Participação Social, Hermes Delgado, como coube a Geraldo Julio elaborar o orçamento deste ano enviado para a Câmara – o de 2013 foi responsabilidade de João da Costa –, agora, as obras votadas no OP que têm projetos executivos prontos constam pela primeira vez no orçamento.

As demais estão distribuídas nas secretarias para que os projetos sejam realizados. “Não dá para pegar 12 anos de demanda e dizer que vai fazer em seis meses”, comenta.

A maioria das 56 ações que iniciaram referem-se a obras de encosta de morros e de pavimentação de ruas.

Embora o governo socialista negue a extinção do OP, o formato do programa foi alterado.

Antes, moradores reuniam-se e apontavam obras de interesse das comunidades.

Em seguida, a partir de uma lista de dez ações para cada microrregião, havia plenárias onde eram votados os investimentos prioritários.

Já o programa Recife Participa, lançado em agosto por Geraldo Julio, segue os moldes do Todos por Pernambuco, projeto de participação popular implantado no governo do Estado por Eduardo Campos (PSB).

Foram criados fóruns temáticos por meio dos quais são discutidas as prioridades.

Algumas lideranças foram eleitas este ano para movimentar os grupos de debate.

Além disso, cada bairro terá um comitê para receber demandas, que serão levadas para um conselho formado por 41 pessoas, das quais 21 foram eleitas nos fóruns promovidos em novembro do ano passado.

O Recife Participa vai além do “novo OP”.

A prefeitura também quer, por exemplo, criar uma Ouvidoria.

Quando estes projetos estiverem totalmente implantados, o prefeito promete enviar um projeto à Câmara tornando lei o programa.

Com isso, os próximos gestores terão obrigação de tocá-lo.