O Blog de Jamildo disponibiliza acima o vídeo, conseguido pela equipe do Sistema Jornal do Commercio em Caruaru, que mostraria a negociação de propina entre dois dos vereadores de Caruaru e um representante da prefeitura para aprovação de projetos na Câmara do município.
Durante a gravação, os vereadores Eduardo Cantarelli (SDD) e Jajá (PPS) negociam o pagamento de um valor entre R$ 150 mil e R$ 250 mil.
Além de Cantarelli e Jajá, outros oito vereadores da Câmara de Caruaru foram presos no dia 18 de dezembro de 2013, sob a acusação de cobrar R$ 2 milhões para aprovar um empréstimo de R$ 250 milhões junto à Caixa Econômica Federal que permitiria a implantação de um serviço de Bus Rapid Transport (BRT) no município.
A equipe do SJCC em Caruaru também teve acesso às gravações em áudio dos vereadores Neto (PMN) e Pastor Jadiel (PROS).
Elas registram que até o dia anterior á votação da matéria na Cãmara, os vereadores ainda não haviam recebido uma resposta afirmativa do prefeito José Queiroz (PDT) quanto ao pagamento do dinheiro. “Amanhã já entra o projeto e ele até agora não conversou.
Então amanhã ele não ache ruim o resultado”, diz Jadiel.
Para um interlocutor não identificado, Neto explica que os vereadores não poderão votar com unanimidade para não levantar suspeitas.
Os dois combinam ainda que, caso não recebam o dinheiro, eles derrubarão o projeto e pedirão o dobro do valor para voltar atrás e aprovar a proposta.
Os dez vereadores foram afastados dos cargos e respondem o processo em liberdade desde que foram liberados pela Justiça na semana do Natal.
Com a posse dos dez suplentes, a Câmara de Vereadores da cidade estuda a demissão de 90 servidores porque precisa pagar, ao mesmo tempo, os salários dos vereadores empossados e dos afastados.
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No mesmo dia, o delegado Erick Lessa, que estava à frente das investigações, afirmou que elas duraram seis meses e mais de 700 horas de gravação foram produzidas.
Os vereadores serão acusados de corrupção passiva, concussão e organização criminosa.
Caso sejam condenados, eles podem pegar entre 28 e 56 anos de prisão.
Como os vereadores são funcionários públicos, a pena por formação de quadrilha pode ser ampliada em até 2/3.
São acusados dos esquemas os vereadores Cecílio Pedro (PTB), Eduardo Cantarelli (SDD), Evandro Silva (PMDB), Jajá (PPS), Louro do Juá (SDD), Neto (PMN), Pastor Jadiel (PROS), Sivaldo Oliveira (PP), Val das Rendeiras (PROS) e Val do DEM.