Por Michel Zaidan Filho Depois de consumada a aliança com a irmã Marina, a declaração de apoio do PDT local e da banda podre do PMDB local, chegou a hora do PSDB local.

Pelo visto em Pernambuco, vamos ter uma campanha “sui generis”: a nivel nacional, os partidos vão apoiar a Presidenta Dilma (por conta dos cargos); mas a nivel regional ficam com a candidatura do governador (também por cargos).

Afinidades políticas ou fisiológicas?

O Brasil é um país grande e desigual.

Sua estrutura federativa é assimétrica e multicultural.

Uma lei como a verticalização das coligações deveria corrigir esses disparates, onde partidos que estão juntos na esfera federal, estão separados na estadual e municipal.

No entanto, O caráter de uma federação anômala e competitiva como a nossa estimula os partidos e os políticos a fazerem todo tipo de aliança e coligação, cujo objetivo é meramente eleitoral.

No caso da aliança do PSB com o PSDB, não deveria haver muita surpresa.

O governador de Pernambuco nunca escondeu sua admiração pelo candidato do PSDB, Aécio Neves.

Chegou - inclusive - a importar um grande assessor do ex-governador mineiro para “dar um choque de gestão” em seu secretariado.

E inquirido àquela época o porquê daquela aproximação, respondeu o mandatário pernambucano que o motivo eram os altos índices de aprovação da gestão do político mineiro.

Sem dúvidas, há muito mais afinidades entre ele e Aécio, do que entre ele e Dilma.

Além de que ambos disputam a mesma coisa: o lugar de Dilma.

A diferença é que o neto de Arraes foi governista até pouco tempo atrás.

Sua saída despertou muitas dúvidas e críticas de oportunismo etc.

Enquanto o ex-governador mineiro sempre foi uma oposição ao PT.

Na verdade, esa aliança com o PSDB, com Marina, com um pedaço do PMDB e o PPS tem tudo para ser uma aliança pragmática, com os olhos voltados para a conquista do cargo.

Uma vez atingidos os objetivos eleitorais, faz-se sem nenhum pudor o loteamento da administração pública federal, como aliás foi feito aqui em Pernambuco com os partidos aliados.

O que menos importa é a convergência doutrinária ou ideológica, porque disso a eleição não se ocupa.

Como dizia um vereador do PSDB de carteirinha: política e eleição nada tem a ver.

Ele mesmo profundamente incomodado agora com essa aproximação do seu partido com o governo do Estado. É uma pena.

Precisamos de uma oposição séria, consequente e de princípios.