Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr Em Pernambuco, o cenário político de 2014 deve ser marcado pela candidatura presidencial do governador Eduardo Campos (PSB).
Planejada há meses, a candidatura deve ser oficializada antes mesmo que o socialista deixe o cargo, em abril deste ano.
No início da semana, Campos anunciou, em uma rádio de Palmares, na Mata Sul do Estado, que renunciará ao mandato de governador no dia 4 de abril, último do prazo para disputar cargos políticos nas próximas eleições.
No lugar dele, assume o vice, João Lyra Neto (PSB), que promete um governo de continuidade e uma transição sem traumas.
Leia também: Eduardo Campos deixará o Governo de Pernambuco no dia 4 de abril Eduardo Campos cobra humildade da presidente Dilma Rousseff Até então tida como uma possibilidade, a candidatura presidencial do govenador pernambucano começou a ser construída em setembro, quando o PSB entregou os cargos que possuía no Governo Federal.
Ela ganhou força no início de outubro, quando a ex-senadora Marina Silva filiou-se ao partido após ter o registro da Rede Sustentabilidade negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Leia também: PSB aprova devolução dos cargos ao Governo Federal Ao entrar no PSB, Marina defende candidatura de Eduardo Campos à Presidência Dona de uma votação de 19,6 milhões de pessoas nas eleições de 2010, Marina trouxe visibilidade nacional ao projeto de Eduardo, o que acelerou as movimentações em torno da candidatura.
No final de novembro, os dois lançaram um documento que servirá de base para a elaboração do plano de governo e disponibilizaram na Internet uma plataforma digital para recolher sugestões da população.
Leia também: Como adiantou Blog de Jamildo, base do programa de governo do PSB e Rede defende reforma do Estado brasileiro Plataforma da Rede e do PSB já tem mais de 200 propostas Hoje, a principal dificuldade de Campos na disputa é o desconhecimento fora de Pernambuco.
Segundo o Ibope, aproximadamente 50% dos brasileiros desconhecem o governador; um percentual que ele precisará conquistar durante a campanha eleitoral.
Para isso, o PSB tem tentado atrair partidos mais independentes das órbitas do PT e do PSDB.
Apesar disso, a candidatura do PSB só saiu do isolamento no início de dezembro com os apoios do PPL e do PPS.
Leia também: Eduardo Campos consegue apoio do primeiro partido para projeto presidencial Em São Paulo, PPS decide apoiar Eduardo Campos PSB quer atrair PDT, PPS, PV e Solidariedade para alcançar quatro minutos de TV para Eduardo Campos Quem também pode ajudar a reverter o desconhecimento é Marina, que pode apresentar o pernambucano a uma parcela do eleitorado.
Por outro lado, a adesão dela contribuiu para o afastamento de outros grupos, como o dos ruralistas.
A ex-senadora ambientalista é cotada para ser vice-presidente na chapa socialista.
Para começar a levar o candidato à todo o País, o PSB tem realizado uma série de seminários políticos em vários estados.
Leia também: Até março de 2014, Eduardo Campos deve percorrer todo o Brasil Recife sedia em abril terceiro Seminário da Rede-PSB Outra dificuldade é a formação de palanques estaduais.
Campos tem tido dificuldade de fechar candidaturas competitivas ao governo estadual nos principais colégios eleitorais do País; como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.
Em dois desses casos, São Paulo e Minas, o PSB tem negociado a montagem de um palanque presidencial duplo com o PSDB, legenda que também disputará a Presidência com o senador mineiro Aécio Neves.
Na segunda (30), o PSDB de Pernambuco anunciou que está aderindo à gestão Eduardo.
Leia também: PSDB vai assumir vagas do PTB no governo Eduardo Apesar de ter conseguido visibilidade para o discurso da “Nova Política” e de assumir, de forma confiante, que venceu o ano de 2013, o governador pernambucano continua aparecendo em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto.
Segundo o último levantamento do Datafolha, publicado há um mês, Campos caiu de 15% para 11% na preferência dos eleitores.
Na mesma pesquisa, a presidente Dilma Rousseff (PT) subiu de 42% para 47% e o senador tucano foi de 21% para 19%.
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