Blog Imagem Por Adriana Prates Entrevistei um profissional e no curso da entrevista ele relatou ser muito interessado em estudar mitos e contos de modo geral, por acreditar que nessas leituras sempre há uma lição a aprender.

Questionei a ele em relação aos mitos e contos já estudados qual deles seria o seu favorito e ele passou a dizer-me o seguinte: … “Gostei muito de um mito japonês, que narra à saga de um Samurai (classe dos guerreiros no Japão feudal) muito leal ao seu Daimio (nome dado aos príncipes ou senhores feudais japoneses); esse guerreiro tinha como missão preservar e servir a este Daimio.

Propositadamente um outro Samurai tirou a vida de seu Daimio e ele sai então à caça desse Samurai a fim de matá-lo e dessa forma vingar a morte do seu dono.

Lança-se a uma jornada e longa caminhada a fim de encontrar o seu algoz.

Logo que consegue encontra-lo, tira a espada e inicia a luta.

Num dado momento do embate surge àquela oportunidade perfeita de render e golpear fatalmente o seu inimigo, todavia o Samurai rendido retira a máscara e lança uma cuspida no rosto do Guerreiro.

Este de modo inesperado abandona o Samurai, lança no chão a sua espada e faz de volta todo o seu caminho”.

Nessa fase da entrevista questionei sobre qual a lição aprendida e ele respondeu: “o Samurai tinha um propósito de vingança definido, mas no momento que recebe a cuspida, ele mataria aquele homem não para vingar a vida de seu amo, mas apenas para aplacar a sua própria ira”.

Deixando a entrevista um pouco de lado agora, fiquei pensando nos vários momentos em que recebemos uma “cuspida” e para corresponder a essa expectativa, somos tomados subitamente por uma forma de orgulho, vaidade e poder, deixamos de lado a parte importante da vida que estava se encaminhando para cuidar da parte da nossa vida que está nos atropelando.

Esse breve relato lança luz sobre aspectos importantes de nosso caráter: a lealdade, a amizade, a integridade e nossa capacidade de gerenciar a nós mesmos.

Você está atento aos padrões de repetição em sua vida?

As iniciativas interrompidas?

Aos ciclos de ilusão, desilusão e ruptura?

A sensação de que às vezes a luta que trava é contra você mesmo?

Pense nisso a única maneira de se ter um amigo é ser um.

Comece sendo amigo de você mesmo, comece a dar menos importância às ações que deveria ter quando leva uma cuspida e invista o seu tempo e energia naquilo que no íntimo sabe ser a sua razão de viver!

Adriana Prates é presidente da Dasein Executive Search e Master Coach atua apoiando líderes a serem agentes transformadores da própria história