Quando a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva anunciou o apoio ao governador e presidente do PSB Eduardo Campos, em Brasília, ingressando no partido socialista por não ter legenda por onde disputar as eleições de 2014, a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco passou por um teste de fogo. “Quando a aliança com a Rede foi anunciada, toda imprensa nacional veio aqui em Pernambuco, mas acabou que não saiu nenhuma notícia (negativa).

Sabe por quê?

Temos entregas que não tem em nenhum lugar do Brasil.

O governador Eduardo Campos resolveu um passivo de 32 anos em Suape”, descreve o secretário Sérgio Xavier, ambientalista e também um dos coordenadores nacionais do novo partido. “Criamos do zero a secretaria, em dois anos e meio.

Tivemos que fazer licitação até para comprar canetas.

Em 15 anos, vai aparecer o que estamos plantando hoje”, diz.

Neste tempo, Sérgio Xavier elogia, por exemplo, o recuo do governador na aprovação de uma usina de óleo que havia sido aprovada para funcionar em Suape. “Não é fácil para um governante reconhecer que era errado.

Ele ouviu a área técnica, fez uma autocrítica e voltou atrás”. “Neste tempo todo, a gente saiu de um modelo que não era propositivo, para incorporar a sustentabilidade.

Não apenas fiscalizando, mas buscando a recuperação, para que as coisas possam voltar para o lugar. É como um pau que entorta e volta para o lugar.

Nada tem impacto zero”, explica, no melhor estilo Marina.

Sérgio Xavier conta que, em 2011, o governo do Estado decidiu priorizar Suape, depois de mais de 30 anos de passivos ambientais.

Com a cobrança e o recebimento de mais de R$ 150 milhões das empresas que se instalaram ali, a secretaria começou a reverter o passivo. “Com a aprovação de um novo plano diretor, a área permanente passou a ser de 59%.

Nenhum local do Brasil é mais do que 50%.

Não pode ser mais devastado.

Lá nós colocamos a maior unidade de conservação do Estado, com Bita e Utinga.

Já investimos lá mais de R$ 60 milhões, retiramos as famílias, estamos criando mais três unidades de conservação”, informa.

No balanço de fim de ano, a Secretaria de Meio Ambiente comemora como recorde a obtenção de R$ 218 milhões em taxas de compensação ambiental.

Deste total, R$ 20 milhões veio da Fiat e outros R$ 136 milhões veio da Refinaria Abreu e Lima. “Antes de 2013, era R$ 3 milhões (oriundos das taxas de compensação ambiental.

Com esses recursos, a gente investe nas áreas mais pobres, na criação de unidades de conservação, no entorno, com a criação de atividades econômicas verdes”, cita. “Só na caatinga, foram 15 unidades de conservação, como Serra Talhada, Floresta”, diz.