Foto: BlogImagem Por Marcela Balbino, repórter do Blog Os dez vereadores de Caruaru presos pela Operação Ponto Final realizada pela Polícia Civil na quarta-feira (18) cobravam uma propina de R$ 2 milhões para que projetos fossem aprovados pela Câmara.

Entre os envolvidos, sete são vereadores que estão cumprindo o primeiro mandato.

As acusações contra o grupo são de corrupção passiva, concussão e organização criminosa.

Entre os projetos “taxados” pelos vereadores está a implantação do sistema de BRT (Bus Rapid Transit) na cidade e um empréstimo junto à Caixa Econômica Federal de R$ 250 milhões. “A gente focou no projeto BRT, porque quando os vereadores verificaram o valor alto do empréstimo, eles começaram, alguns em exigência outros em solicitação, a exigir ao executivo municipal o pagamento de propina.

Todos de forma organizada e criminosa”, explicou o delegado Erick Lessa, responsável pelo caso.

As investigações da polícia apontam que não houve pagamento da prefeitura aos envolvidos no esquema.

Em discussão desde o mês de agosto, o projeto do BRT foi aprovado na última terça (17), após entrar na ordem do dia diversas vezes.

Segundo o delegado, outros quatro projetos enviados pelo executivo para a Câmara dos Vereadores estão sob investigação, porque há suspeitas que os acusados também tentaram obter vantagens em cima da aprovação dos textos.

A polícia não divulgou os detalhes com a justificativa que poderia atrapalhar o andamento do processo.

De acordo com delegado, os 23 vereadores da Câmara serão investigados, mas há a suspeita que mais um representantes do legislativo esteja envolvido no esquema de corrupção.

O nome, porém, corre em segredo.

As informações só podem ser repassados ao fim do inquérito, que deve durar dez dias.

OPERAÇÃO Após seis meses de investigação, a Polícia Civil prendeu os vereadores José Evandro Francisco da Silva (Evandro Silva - PMDB), Anibal Eduardo de Miranda Barros Cantarelli (Eduardo Cantarelli - PSDB), Jadiel José do Nascimento (Pastor Jadiel - PROS), Jailson Soares de Oliveira (Jajá - PPS), Lorinaldo Florencio de Morais (Louro do Juá - PS), Averaldo Ramos da Silva Neto (Neto - PMN), Joseval Lima Bezerra (Val de Cachoeira Seca - DEM), José Givaldo Francisco Oliveira (PP) e Cecílio Pedro da Silva (PTB).

Em nota, Igreja Adventista do Sétimo Dia diz que pastor preso em Caruaru não lhe representa Com os suspeitos foram apreendidos oito armas, 167 munições, mais de R$ 50 mil reais, em espécie, e R$ 165 mil, em cheque.

O dinheiro apreendido, segundo o delegado, não é fruto do pagamento da propina.

Assista ao vídeo com a entrevista do delegado Erick Lessa, de Caruaru.

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