Apesar de cidades-sede da Copa do Mundo estarem fazendo licitações para escolha de empresas fornecedoras de energia temporária durante o campeonato, a Fifa fechou negócio na Europa nesta semana.
Para os sindicatos locais, trata-se de desrespeito da Fédération Internationale de Football Association (Fifa) em relação ao Brasil.
Na segunda-feira (16 de dezembro), a entidade anunciou em seu site a contratação, sem licitação, da empresa holandesa Agrekko para fornecer energia temporária ao Centro Internacional de Transmissão (CIT) e estádios em todas as 12 sedes da Copa do Mundo.
A decisão está sendo questionada pelo Sindicato das Empresas Locadoras de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas (Sindileq), uma vez que as cidades brasileiras que vão receber os jogos já estavam realizando processos licitatórios para escolha dos fornecedores.
Segundo o presidente do Sindileq-PE, Reynaldo Fraiha, as empresas do setor foram pegas de surpresa com o anúncio.
De acordo com o site da Fifa, “para garantir que as imagens dos 12 estádios sejam transmitidas para mais de 200 países e territórios em todo o mundo, é essencial que se tenha uma infraestrutura temporária que forneça energia confiável e com regularidade para a transmissão”. “Será que as empresas brasileiras não são capazes e não têm tecnologia para atender a Fifa”, questiona Reynaldo Fraiha.
Ele comenta que a Copa das Confederações foi atendida, com sucesso, por empresas brasileiras.
Somente a Arena Pernambuco foi atendida pela empresa holandesa.
Fraiha também chama atenção para o fato de as cidades que sediarão os jogos já estarem realizando processos licitatórios para escolha dos fornecedores.
Na Rio Luz, órgão ligado à prefeitura do Rio de Janeiro, a licitação foi realizada no dia 17 de dezembro e o resultado deve ser homologado neste mês. “Isso indica que a Fifa está desrespeitando as cidades brasileiras, impondo uma decisão unilateral.” O site da Fifa cita que o acordo com a Agrekko, nomeada como licenciada da marca para a Copa do Mundo, “economizará cerca de 20 milhões de dólares em custos de operação para as 12 sedes brasileiras, incluindo uma quantia de até 5 milhões de dólares para o CIT, no Rio de Janeiro”.
O presidente do Sindileq-PE ressalta que o gasto estimado para o fornecimento de energia para as transmissões de TV (broadcast) é de cerca de R$ 40 milhões. “A suposta economia de US$ 20 milhões supera esse valor, o que é uma incoerência.”