Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados Entrevistado da edição desse final de semana da revista Veja, o deputado federal Raul Henry (PMDB) defendeu nas páginas amarelas da publicação o seu projeto de Lei da Responsabilidade Educacional.

Para o peemedebista, grupos movidos por questões ideológicas atrapalham o debate que poderia permitir a melhora da Educação no País. “A ideia da meritocracia é rechaçada até hoje em muitos círculos da educação”, explica.

A metralhadora de Henry sobra, inclusive, para as faculdades de pedagogia. “Elas são teóricas e ideológicas no lugar de ensinar a ensinar”, afirma.

A resistência à meritocracia é apresentada pelo deputado para explicar porque seu projeto prevê a punição dos gestores que causem retrocesso ao setor, ao invés de conferir bonificações àqueles que melhorarem.

A proposta com que Henry trabalha hoje define padrões mínimos de qualidade para o ensino e passa a responsabilizar o gestores do Executivo pelas metas do Plano Nacional de Educação (PNE).

Por causa da responsabilização, prefeitos e governadores poderiam ficar inelegíveis caso o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) caísse em suas gestões, em relação ao governo anterior.

O projeto pode ser apreciado pelo plenário da Câmara na próxima quarta-feira (11).

Hoje, de acordo com o deputado, a proposta é críticada por sindicalistas, por uma parcela da academia e por parte do próprio Ministério da Educação. “Nenhum deles gosta do princípio da responsabilização da escola.

Dizem que a pressão externa é contraproducente.

Sei que estou diante de uma pedreira.

Muita gente no Congresso vem dos sindicatos de professores, outros são ex-reitores e acadêmicos em geral.

Esses grupos estão fincados sobre fundamentos ideológicos parecidos.

A academia, aliás, tem sido a vanguarda do atraso no Brasil”, ataca o peemedebista.

O pernambucano defende a necessidade de uma lei para pressionar os gestores porque o Brasil não tem histórico de cobrar melhorias dos serviços públicos.

Além disso, os problemas da Educação não teriam impacto nos votos porque haveria uma percepção errada por parte da sociedade. “Historicamente, educação pública não tira nem dá voto no Brasil.

Isso porque a grande maioria acha que, desde que não faltem uniforme, material e merenda, está tudo muito bem.

Uma pesquisa do MEC chama atenção para essa visão limitada sobre o que se passa de verdade nas escolas brasileiras.

Os pais dão nota 8.5 para o ensino oferecido aos filhos.

Isso mesmo: segundo eles, estamos entre os melhores.

Infelizmente, o eldorado não resiste a uma consulta ao ranking mundial”, diz.

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