Foto: divulgação Por Roberval Sobrinho Do JC Online O presidente da Câmara do Recife, Vicente André Gomes (PSB), se defendeu ontem das acusações de ser “antidemocrático’ e “autoritário”, feitas contra ele em nota de repúdio assinada por sete movimentos sociais, entre eles o grupo de Direitos Urbanos/Recife, Comitê Popular da Copa de Pernambuco e Coque (R)Existe.
A polêmica começou na última sexta-feita (29), quando a relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Direito à Moradia Adequada, Raquel Rolnik, bem como representantes dos movimentos, foram impedidos de entrar na Câmara para participarem da audiência pública “Legados e Relegados da Copa do Mundo: Quando o Direito à Cidade é Violado”.
Com isso, o evento acabou acontecendo na Faculdade de Direito do Recife.
A audiência resultou de uma visita de trabalho feita por Raquel Rolnik a Pernambuco, para apurar denúncias de violação ao direito à moradia no Estado.
Ela esteve no bairro do Coque, no Recife, e em comunidades da cidade de Camaragibe, na RMR.
Vicente André Gomes confirmou que tinha autorizado a audiência.
No entanto, voltou atrás na decisão porque foi alertado pela segurança legislativa de que a Câmara poderia ser novamente invadida, como aconteceu em agosto deste ano, quando integrantes da Frente de Luta pelo Transporte Público ocuparam o local para pressionar pela aprovação do Passe Livre. “A minha preocupação foi no sentido de defender a Câmara de novas invasões”, esclarecendo, porém, que se referia apenas a possíveis vândalos infiltrados na comitiva. “Não sou autoritário, sempre me pautei pelo diálogo”, se defendeu.
A arquiteta Nadja Granja, que faz parte do grupo de Direitos Humanos, lamenta a postura de Vicente e disse acreditar que suas explicações se tratam “no mínimo de má-fé ou burrice”. “Jamais apoiaríamos uma invasão.” Na nota de repúdio, os grupos sociais afirmam que “ao negar o acesso da Relatora das Nações Unidas à Câmara de Vereadores, o senhor traiu o povo do Recife. (A Câmara) é a Casa do Povo!
Não é a sua casa!”.