Foto: Divulgação Depois da passagem por Pernambuco da relatora para o Direito à Moradia Adequada da ONU, Raquel Rolnik, que visitou as comunidades do Loteamento São Francisco, em Camaragibe, e do Coque, no Recife, o processo de remoções foi acelerado.

A despeito da representante da ONU ter classificado os casos dessas comunidades como violação dos direitos à moradia, o governo continua avançando nas ordens de despejo.

Em razão das obras da Copa, o Governo do Estado publicou um decreto que autoriza a remoção dos moradores do Loteamento São Francisco.

Em torno de 20 famílias receberam ordem para desocupar as moradias em 24h.

Caso não concordem, serão enviados policiais para retirá-las. “Nós estamos aqui para receber o imóvel legalmente.

Se o expropriado não quiser sair, o ofício para uso da força policial será usado, uma vez que já temos autorização para isso”, disse a oficial de justiça.

O restante dos mandatos não foram entregues diante da resistência da comunidade.

A moradora do Loteamento São Francisco Marinalva Ferreira explica que a maioria das famílias aceitou as indenizações, mas as que se mantiveram nas casas não querem sair porque muitas das pessoas que já foram removidas ainda não receberam os valores das indenizações. “Cheguei aqui em 1962 com esse povo chegando aos poucos, era o início do loteamento.

E as pessoas foram chegando, construindo suas famílias e gerando outras famílias.

Então quem não saiu ainda eles estão dizendo que as pessoas estão sendo rebeldes, mas as pessoas vão para onde sem dinheiro?”, questionou.

A maioria das famílias ocupam a área, em média, há 30 anos, outras estão na região há mais de 50 anos.