A Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe) revelou, nesta segunda-feira, em evento na Casa da Indústria, as bases de um documento técnico elaborado pela entidade, com a ajuda de consultores contratados, apresentando uma proposta de política industrial para o Estado de Pernambuco.

O documento, com cerca de 300 páginas, aponta ao menos cinco desafios para a ampliação da participação da indústria na economia do Estado.

Também estabelece metas claras para a consecução dos objetivos. “A questão da falta de infra-estrutura é o mais básico dos problemas.

Caso a gente tivesse uma infra-estrutura melhor, poderíamos ter mais interiorização, por exemplo.

Temos que atacar este problema.

A Transnordestina, por exemplo, além da exportação, ajudará a levar diesel para o interior (ajudando no desenvolvimento industrial)”, frisou.

O primeiro ponto do estudo é a busca pelo aumento da produtividade.

Apesar do crescimento do pessoal ocupado e do valor envolvido na indústria de transformação, o indicador mostra estagnação nos últimos anos.

O plano é elevar o indicador de 60% para 80% da produtividade nacional.

Tudo isto em paralelo à manutenção da capacidade de atração de investimentos industriais.

O documento também reclama da grande concentração de projetos industriais novos na Região Metropolitana do Recife, cobrando interiorização do desenvolvimento.

Em relação às micro e pequenas empresas, o documento pede o adensamento do setor, estabelecendo metas de formalização de empregos por regiões de desenvolvimento.

Até 2018, o plano busca a criação de 127 mil empregos no setor.

Outro ponto diz respeito ao grau de industrialização.

O setor industrial vem perdendo espaço relativo em função do crescimento de outros setores, como comércio.

Depois de uma queda para cerca de 44% da economia, a meta é chegar a 60% nos próximos anos.

A Fiepe reclama ainda do acesso aos mercados externos, com aumento das exportações, mas não dá muita ênfase neste ponto porque a cultura do empresário local nunca foi aberta ao mercado internacional.

O documento já foi entregue na semana passada ao governo do Estado, que não tomou parte da elaboração. “Queremos potencializar este ciclo, investindo nas vocações locais”, explicou Jorge Corte Real.

Porque só agora?

O presidente da Fiepe responde que, depois da chegada dos grandes empreendimentos, como Refinaria, o setor industrial está mais maduro para buscar uma participação mais efetiva como fornecedor de empresas entrantes, em novos arranjos locais de produção.

Neste ano, apesar das críticas, o PIB do Estado deve chegar aos R$ 120 bilhões, de acordo com as expectativas oficiais.