O diretor financeiro da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Felipe Bezerra Coelho, ao lado do presidente da Fiepe Jorge Corte Real, deputado federal pelo PTB do senador Armando Monteiro Neto, deixou transparecer, apesar do caráter técnico do documento, o quanto a proposta de nova política industrial para Pernambuco representa um questionamento ao governo Eduardo Campos, que não pode disputar um novo mandato em 2014 e ainda não definiu quem disputará o governo do Estado pela situação. “O Estado não precisa só de novas empresas entrantes (no mercado local), mas sim também das indústrias que já estão instaladas.
O governo do Estado não participou da elaboração do documento, mas a gente precisa dessa equipe capacitada dele para tratar das demandas existentes das empresas locais (não apenas atrair novas empresas)”. É uma provocação à agenda do governador”, disse.
O empresário afirmou que, em um segundo momento, a partir de agora, o governo do Estado fará parte, tomando conhecimento da agenda e ajudando na busca das metas. “O documento é uma agenda produtiva, propositiva e inovadora”, observou Felipe José Coelho.
Quando questionado sobre o momento eleitoral, em 2014, o presidente da Fiepe busca afastar qualquer relação com o corte político. “Buscamos uma política de Estado e não uma política de governo, independentemente de quem esteja no poder”, frisou Jorge Corte Real.
A economista Tânia Bacelar, da consultoria Ceplan, que participou da elaboração do documento, elogiou o empresariado do Estado, por estar tentando se reinventar, no atual processo de reindustrialização porque passa Pernambuco. “A postura da Fiepe mudou.
Não tem choradeira.
Seria até normal que só falasse do lado ruim, pois alguns setores só levaram pancada (com a falta de uma política industrial nacional)”, observou. “O desenvolvimento é um processo.
Não acontece da noite para o dia.
No primeiro momento é assim, em todo lugar, com a chegada de grandes empresas.
Somente depois é que elas buscam saber se tem alguém que possa ser fornecedor local.
O momento é de fazer o dever de casa e depois tirar oportunidades.
A busca de uma melhor infra-estrutura e inovação são os principais deveres de casa da indústria local”, declarou.
O presidente da Fiepe, Jorge Corte Real, frisou que o processo não é tão fácil quanto se poderia imaginar. “Nós tentamos com a refinaria e vimos que nem a média empresa tem espaço (para ser fornecedora).
Agora, está chegando a Fiat e de sistemista para baixo é possível atender.
Não tem como despender energia além disto.
A Fiat já vem com um pacote pronto.
Neste sentido, o nosso desafio é nos associarmos aos projetos que estão chegando, buscando capturar parte das oportunidades, capacitando as empresas locais como fornecedores dos fornecedores”.
Os prefeitos do Estado também vão receber um exemplar da proposta de política industrial.
O documento oficial será lançado no dia 5 de dezembro, em evento no Arcádia Apipucos.