A Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara apresentará nesta terça-feira (3) documento inédito que mostra resultado do laudo tanatoscópico realizado no corpo do geólogo Ezequias Bezerra da Rocha, morto aos 28 anos, em 12 de março de 1972.

Os detalhes da localização bem como da importância deste documento serão devidamente esclarecidos.

A reunião ocorre na Casa Civil, no bairro das Graças, a partir das 10h.

No dia 11 de março de 1972, por volta de 1h, Ezequias voltava para residência, no bairro de Casa Amarela, acompanhado da esposa, Guilhermina Bezerra, quando foi abordado por homens armados de metralhadoras.

Ele teria sido levado à prisão e ficado em uma cela ao lado da companheira (hoje falecida) que contou em depoimento ouvir as torturas.

Depois, ele sumiu.

Para Guilhermina, os carcereiros contaram que não havia nenhum Ezequias preso lá.

O que foi divulgado é que Ezequias teria sido libertado do cárcere por companheiros de militância, conforme relato do delegado Redivaldo Oliveira Acioly, da Delegacia de Segurança Social.

No dia seguinte, um corpo foi encontrado na barragem de Bambu, Engenho Massauassu, Escada, cuja identidade era desconhecida, com muitas marcas de agressões e tortura.

Em documento, assinado pelo delegado à época, Bartolomeu Ferreira de Melo, o cadáver tinha “mãos e pés amarrados de corda, envolto em uma rede também de corda, com uma pedra de 30 quilos atada ao corpo”.

A família jamais fez o reconhecimento.

Somente em 1991, após localização do laudo datiloscópico (contendo as impressões digitais) foi possível a confrontação e a confirmação de que o corpo encontrado em Escada era o de Ezequias Bezerra da Rocha.

Na primeira versão, Ezequias teria sido morto em suposto tiroteio na cidade universitária entre integrantes do PCBR.