O retorno à taxa básica de juros (Selic) de dois dígitos, depois de 20 meses, é negativo, pois esse novo patamar inibirá a expansão dos investimentos privados, avalia a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a Selic em 0,50 ponto percentual, com sua consequente fixação em 10% ao ano, indica, na avaliação da entidade, que o atual ciclo de aumento ainda não terminou.

A CNI assinala que os reflexos da elevação dos juros sobre o comportamento da inflação são defasados, ocorrendo somente no início de 2014.

Reconhece, contudo, que o Copom deve continuar monitorando o processo inflacionário. “A desaceleração nos preços dos alimentos tem fatores sazonais.

Eventuais choques de oferta podem reverter essa trajetória.

Além disso, o fim do efeito das desonerações realizadas em 2013 sobre os índices tende a pressionar os preços administrados”, destaca.

A Confederação Nacional da Indústria propõe que uma eventual retomada da inflação deva ser combatida, sobretudo, com a utilização da política fiscal, a partir da contenção dos gastos públicos correntes.