Diante da falta de entendimento entre os vereadores em torno do projeto de lei que prevê a extinção do voto secreto na Câmara do Recife, o texto será novamente discutido nesta terça-feira (26).

O projeto, de autoria do vereador Jayme Asfora (PMDB), entrou na ordem do dia nesta segunda-feira (25), mas foi retirado a pedido de alguns parlamentares, inclusive da oposição.

Foi dada a justificativa que era necessário mais tempo para análise do material.

Só nesta semana, a apreciação do projeto foi adiada duas vezes.

A expectativa é que a votação aconteça nesta quarta-feira (27), segundo o presidente da Câmara, Vicente André Gomes.

Na Casa José Mariano, Asfora afirmou ter notado que o número de parlamentares adeptos ao fim do voto secreto é crescente. “A líder da oposição (Aline Mariano, do PSDB) pediu um tempo para apreciar o texto junto à bancada e achamos bom acatar o pedido de 24 horas”.

Na opinião de Asfora, o projeto enfrenta resistência em dois pontos principais: o fim do voto secreto nas votações para a escolha de mesa diretora e também para apreciação de vetos do Executivo. “Respeito aqueles que tem essa opinião, mas discordo, porque a justificativa deles é que isso tiraria a autonomia do legislativo, mas o legislativo deve prestar conta a todos aqueles que o elegem.

Temos que respeitar o desejo do eleitor”, justifica o parlamentar.

Jayme Asfora e o presidente da Câmara, Vicente André Gomes (PSB), comungam da mesma ideia sobre a importância da Câmara do Recife discutir a extinção do voto secreto antes que o Senado o faça. “Acho que o movimento contra isso está muito robusto e o melhor é tomarmos logo esta iniciativa e não ficar a reboque dos outros parlamentos”, defende Asfora. “Entendo que o Brasil atravessa uma fase onde há uma necessidade da sociedade fiscalizar todas as casas legislativas. É importante assumir o voto contra isso ou aquilo.

Eu sou a favor do voto aberto, mas isso precisa ser acordado entre os parlamentares”, acrescenta Vicente André Gomes.