Foto: BlogImagem As pressões da direção nacional e da militância partidária foram apresentadas como os principais motivos para união do PT pernambucano durante a divulgação do acordo firmado entre os dois principais grupos políticos pela presidência estadual da legenda, nesta sexta-feira (22).
O documento concluído no dia anterior prevê que a deputada estadual Teresa Leitão e o advogado Bruno Ribeiro vão se revezar entre a presidência e a primeira vice-presidência da agremiação pelos próximos quatro anos.
A petista vai assumir primeiro e coordenar as eleições do próximo ano, que começam imediatamente após a posse, marcada para o próximo dia 9.
O partido deve antecipar para dezembro a formação de uma comissão política que deverá realizar o diálogo interno e procurar as forças políticas que apoiam a presidente Dilma Rousseff e começar a amarrar a campanha do próximo ano.
A pressa é tanta que o deputado federal Pedro Eugênio, atual presidente do PT, declarou que o grupo pode ser formado mesmo antes da posse de Teresa.
Para compor a comissão, será usado o mesmo critério de proporcionalidade que serve para compor o diretório da sigla.
A partir das discussões do grupo, o partido deve compor uma tática eleitoral para não repetir o resultado das eleições de 2012, quando o candidato da legenda à Prefeitura do Recife, o senador Humberto Costa, ficou em terceiro lugar, encerrando um ciclo de 12 anos de hegemonia do partido à frente da PCR.
No momento, as principais lideranças do PT defendem publicamente o lançamento de uma candidatura própria (o nome mais citado é o do deputado federal João Paulo); mas uma aliança com o PTB também está nas opções do partido.
A prioridade é montar um palanque forte para a reeleição da presidente Dilma Rousseff no Estado.
Pernambuco se tornou prioritário por causa da pretenção do governador Eduardo Campos (PSB) de disputar o Palácio do Planalto no próximo ano.
Leia também: João Paulo e João da Costa ficam em lados diferentes da mesa de acordo do PT Leia íntegra do acordo que pacificou o PT de Pernambuco Coube a Pedro Eugênio conduzir o processo de unidade da legenda.
Um dia depois do primeiro turno do PED, ele reuniu o senador Humberto Costa e os deputados João Paulo e Fernando Ferro em Brasília.
De lá, ligou para o ex-prefeito João da Costa.
Também manteve diálogo com o presidente nacional do partido, Rui Falcão, que chegou a divulgar uma nota destacando “o desprendimento e a capacidade de doação de Bruno e Teresa”. “Mantive ele [Rui Falcão] sempre muito bem informado”, disse Eugênio.
Uma resolução nacional da legenda que recomendava o acordo nos Estados onde fosse possível evitar o segundo turno serviu de inspiração para a articulação.
Nas duas semanas que se seguiram, três longas reuniões foram marcadas com representantes dos dois principais grupos políticos da sigla, rompidos há alguns anos, para fechar os termos do acordo.
Chamou atenção a disponibilidade de algumas figuras políticas do partido em dialogar juntas, sem levantar os problemas do passado. “Nós não nos debruçamos sobre as questões que poderiam nos impedir de chegar ao acordo”, explicou Eugênio.
O grande desafio da legenda para 2014 é justamente aparar as arestas sem prejudicar o acordo firmado. “Seremos testados no dia-a-dia”, previu o deputado. “Não poderemos mais errar contra o PT”, destacou Teresa. “Ainda iremos comemorar muito que nenhum dos dois tenha ganho no primeiro turno”, disse Bruno Ribeiro.