Foto: Elza Fiúza/ABr Da Agência Estado A presidente Dilma Rousseff está preocupada com o risco de rebaixamento da nota brasileira de crédito e seus impactos políticos, por isso iniciou uma maratona para construir fatos positivos na área econômica.
Como parte desse pacote, ela ordenou à equipe econômica que o número do superávit primário até o fim de seu mandato seja “alcançável e factível”, segundo fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S.
Paulo.
A regra será aplicada tanto na revisão orçamentária do último bimestre deste ano quanto na previsão para o ano que vem.
O superávit primário é visto por investidores como um termômetro da seriedade do governo em relação aos gastos públicos.
Quanto maior o superávit, menor seria a propensão ao aumento de despesas.
Nos últimos anos, porém, o excesso de otimismo demonstrado pela equipe econômica do governo acabou não se concretizando e os números tiveram de ser sempre revisados para baixo.
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s anunciou neste ano que poderia revisar para baixo a nota de crédito do País, o que elevaria o custo da venda de títulos da dívida pública no mercado, além de afugentar investidores que buscam ativos mais seguros.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, membros da junta orçamentária, se reuniram na terça-feira, 19, e discutiram o tema.
A expectativa presidencial é de que as metas não sejam nem muito baixas, a ponto de espalhar pessimismo, nem superestimadas, a ponto de, mais uma vez, não convencer o mercado.
A ordem geral é não cair em descrédito.
Gasolina Equacionar o reajuste do combustível é outro nó que o Planalto considera que precisa ser desatado rapidamente, para não passar a impressão a investidores estrangeiros de que a Petrobrás está perdendo competitividade.
Nos últimos anos, investidores criticam a política de preços da estatal, porque o congelamento da gasolina reduz as receitas da Petrobrás, ao mesmo tempo em que mantém artificialmente baixa a inflação.
Na avaliação do Planalto, o mercado precisa ser convencido de que as diretrizes da empresa não são estabelecidas para servir apenas a interesses governamentais.