Foto: BlogImagem Fundador do Instituto de Urbanismo e Estudos para as Metrópoles (Urbem), o arquiteto Philip Yang defendeu durante o seminário Cidades Habitáveis, na manhã desta terça-feira (19), a necessidade de se desenvolver um novo modelo de políticas públicas de habitação para o País.

Yang é um dos que desenvolveram o programa Casa Paulista, que prevê a construção de 11 mil unidades habitacionais no Centro de São Paulo.

Para tirá-lo do papel, o governo paulista desenvolveu um modelo de Parceria Público-privada que permite a atração de empresas privadas para o projeto. “A gente modelou de uma forma que esse projeto seja tão rentável quanto construir um shopping center”, disse.

Sem a parceria, acredita Yang, seria impossível garantir a implantação da população atendida nas áreas mais centrais da cidade. “Se você empilhar as formas de financiamento habitacional federal, estadual e municipal, você consegue pagar a casa; mas não consegue comprar o terreno”, explicou, sobre o motivo de as camadas mais pobres se dirigirem às periferias.

No Casa Paulista, todas as moradias estão sendo construídas a 600 metros de uma estação do metrô.

As unidades também estão sendo pensadas para uso misto, entre comércio e moradia.

Tudo para permitir uma nova reorganização do espaço urbano. “A crise da mobilidade urbana é a ponta de um iceberg”, afirmou.

Para Philip Yang, a reorganização espacial urbana é uma das três tendências a serem desafiadas nas cidades hoje.

Além de tentar diminuir as distâncias entre residência e emprego, os outros desafios seriam a reestruturação produtiva e a urbanização crescente no mundo.

No Brasil, 85% da população vive nos centros urbanos hoje.

No Nordeste, 81% das pessoas vive na mesma situação.

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