Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil Por Ayrton Maciel, na coluna Pinga-Fogo do Jornal do Commercio desta terça-feira (19) O Brasil vive um momento divisor de sua história.
O País assiste ao que a maioria não acreditava que ocorresse: a prisão de políticos condenados por corrupção.
O inédito e mais inesperado é que alguns são, por estatura, do “alto clero” da política, referências ideológicas da história recente e da resistência à ditadura de 64.
Os Josés, Dirceu e Genoíno, sacrificaram suas vidas pela redemocratização.
Mas não foram os únicos, nem são as únicas (ou maiores) referências da esquerda.
Erraram.
A dimensão do crime e do castigo é que têm o direito de questionar, e deve ser considerada.
Muitos outros lutaram, Arraes, Brizola, Covas, e não erraram.
Isso os separa.
O momento é único, mas dizer que o País, a partir de agora, jamais voltará a conviver com a impunidade na corrupção, não é uma sentença, e sim uma hipótese.
A corrupção, no Brasil, não é consequência exclusiva da impunidade.
A formação política, cultural e formal (a baixíssima escolaridade) nos condena.
A prisão dos “mensaleiros” será pedagógica, se não ficar só no exemplo da punição de políticos por corrupção, mas se também servir ao País como incentivo por reformas e pela priorização da formação de suas futuras gerações.
Se há (também) juízo político nas condenações, os crimes porém não podem ser negados.
Na corrupção, esquerda e direita se igualam.
Por isso, a história recente do Brasil revela que faltam muitos na Papuda.
Os que saquearam a Sudene no regime militar e os dos escândalos do Orçamento, Precatórios, governo Collor e dos Caixas 2 estão em dívida.