Foto: BlogImagem Os quatro participantes da primeira mesa redonda do seminário Cidades Habitáveis, que ocorre na manhã desta terça-feira (19) no Recife, defenderam uma mudança na organização das grandes cidade para torná-la mais adequadas para os moradores.
Um dos problemas mais citados foi o trânsito e a mobilidade.
De acordo com o nutrólogo, Eduardo Maia Magalhães, a melhora da mobilidade urbana é um dos principais aspectos a ser trabalhado para melhorar a vida nas cidades.
Ele defendeu, inclusive, uma mudança coordenada nos horários de funcionamentos de escolas e comércios, para diluir o impacto da quantidade de pessoas que saem de casa todos os dias.
Presidente do grupo pernambucano do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), Vitória Régia Andrade destacou ainda a distância entre casa e trabalho que a maioria dos recifenses tem que enfrentar todos os dias. “Essa distância é uma motivação de estresse”, criticou.
Segundo a arquiteta, afirmou que a população do bairro da Boa Vista diminui 2% ao ano devido a degradação urbana da região. “Nosso centro expandido está sendo desabitado”, disse.
Ela afirmou que, além de desenvolver bairros planejados, onde a população poderia ter acesso a todos os comércios e serviços necessários ao dia-a-dia, também é preciso recuperar as áreas degradadas já existentes.
De acordo com a designer de Iluminação Márcia Chamixaes, essa revitalização passa pelo tratamento das áreas históricas.
No Recife, diz ela, seria possível que muitas das ruas e prédios históricos fossem mais iluminados, ao invés da via pública.
A intervenção também permitiria melhorar a sensação de segurança dos grandes centors urbanos. “Um bom projeto de iluminação para uma cidade deve hierarquizar os espaços”, disse, após defender a iluminação como um elemento capaz de contribuir para o embelezamento das cidades.
Para os especialistas, essa mudança do espaço público passa, ainda, pelo bem estar dos moradores da cidade.
Para Lidiane Santana, fisioterapeuta e especialista em distúrbio do sono, o estresse das cidades prejudicam a produtividade, racicínio e relacionamento pessoal das pessoas.
Para Eduardo, é preciso cultivar a cultura de paz e criar alternativas para negociar o acúmulo de estresse, como atividades físicas.
Por sua vez, Vitória cobrou que essas alternativas de convivência no espaço urbano devem ser estendidas para o cotidiano das pessoas, e não ficarem restritas à horários e locais pré-determinados. “A gente está muito feliz em ter a cidade aos domingos, mas nós precisamos ter todos os dias”, defendeu.
No Recife, projetos da prefeitura como o Lazer nas Ruas e as Ciclofaixas Móveis ocorrem apenas aos domingos e feríados.
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