Por Terezinha Nunes, deputada estadual pelo PSDB Com uma administração aprovada e festejada, ao ponto de ser convidado para fazer palestras em todo o Brasil onde, em geral, se pronuncia sobre o programa Nova Semente que vem cuidando, através de creches exemplares, de grande parte das crianças pobres de Petrolina, o prefeito Júlio Lóssio teve seu mandato cassado pelo TRE de Pernambuco por um placar apertado – 4 a 3 – e deixou o cargo esta sexta-feira.

A cassação de um político é, em geral, festejada desde que o mesmo esteja envolvido com o comprovado desvio de recursos públicos, como é o caso dos mensaleiros que devem ser recolhidos a prisões na próxima semana, por decisão do Superior Tribunal Federal.

No caso de Júlio Lóssio, porém, o clima que ficou foi de consternação.

Decisão judicial não se discute, é verdade, mas o direito à dúvida é inegável e, no caso do prefeito petrolinense, que ainda pode voltar ao cargo caso o TSE o julgue inocente em última instância, ele está sendo condenado porque, candidato à reeleição, teria reconhecido o direito à posse de terra de moradores da periferia do município, em período eleitoral.

A defesa do prefeito diz que isto não ocorreu e o caso é, sem sobra de dúvida, controverso, tanto que os próprios desembargadores se dividiram ao meio, metade concordando com o prefeito e metade com os seus adversários, que desejam tomar-lhe o mandato.

Não há, até o momento, nenhuma suspeita sobre a apropriação indébita de qualquer recurso público por parte do mesmo.

Pode-se alegar que alguém no exercício do mandato não pode, em campanha, deixar qualquer suspeita de favorecimento ao eleitor.

Tudo bem mas, então, por que permitir o direito à reeleição e, mais ainda, a um candidato a segundo mandato continuar no cargo enquanto pede votos?

Esse parece ser o “x” da questão.

Pode a população deixar de receber um benefício porque o gestor está em campanha reconhecida pela Constituição?

Esses moradores têm que esperar que a campanha termine para ter direito, por exemplo, à casa própria, como é o caso de Petrolina?

Político jovem em uma cidade há muito dominada pelo tradicionalismo e conservadorismo, Júlio Lóssio é, no sertão do São Francisco, queiram ou não, a expressão da nova política que se faz ouvindo o povo e junto com ele.

Talvez esse seja, na visão dos velhos políticos de visão atrasada, seu principal “pecado”.

Não ter feito os acordos antigos e não ter coonestado com práticas do século passado.

Lutou e venceu a força dos “antigos” e das máquinas federal e estadual.

O que pode pensar um povo que pouco entende das leis e dos meandros delas próprias ao ver um administrador eleito por grande maioria, bem avaliado e bom gestor, ser afastado sem explicações plausíveis ou entendíveis pelos meros mortais?. É por essas e outras que irrompem protestos e manifestações no país, algumas pelo simples direito a uma passagem mais barata, outras por motivos que quase ninguém entende quais são.

CURTAS Tereza – Depois de muitos anos como presidente da comissão de educação da Alepe, a deputada Tereza Leitão deixa o posto no final de março por decisão própria e pela redução do número de deputados do PT na casa.

A bancada tinha 6 e direito a duas comissões – educação e saúde.

Agora ficará reduzida a 4 deputados com direito a apenas uma presidência de comissão.

A de saúde tem como presidente o deputado Sérgio Leite.

Uchoa- Não é apenas o ex-deputado Ranilson Ramos que vem sendo contestado pela bancada governista na Assembleia por ter colocado o filho Lucas como candidato, invadindo as bases de antigos aliados.

Do mesmo vem sendo acusado o presidente Guilherme Uchoa em verdadeiras caravanas para lançar candidaturas do PDT em áreas dominadas por legendas governistas como PSD, PR e até pelo PSB.

O tempo anda quente.

PTB neutro? – O deputado Silvio Costa Filho, do PTB, está há mais de 15 dias como vice-líder do Governo na Alepe mesmo seu partido tendo deixado a base governista.

Silvio esperava alguma presidência de comissão para poder deixar a liderança oficial na Alepe o que agora vai conseguir.

Poderia ter assumido a vice-liderança da oposição, vaga com a saída do deputado Ramos para assumir a liderança do PMN mas não quis.

Ninguém entendeu porque Silvinho não ingressou na oposição.