Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem Do Jornal do Comercio O prefeito de Serrita, Carlos Cecílio (PMDB), pai do proprietário da Fazenda Minador e secretário municipal de Planejamento, Rodrigo Cecílio, onde as máquinas do PAC 2 foram encontradas, afirmou, ontem, por telefone, que desconhecia a ordem de serviço para ampliar o açude da propriedade do seu filho.

Cecílio disse que ficou sabendo após a operação da Polícia Federal, mas ressaltou que as obras de convivência com a seca estão sob a responsabilidade da Secretaria de Agricultura desde 30 de abril deste ano, quando assinou decreto (nº 12) que tornou de utilidade pública os mananciais de água do município.

Filho do prefeito de Serrita é acusado de utilizar material do PAC em propriedade particular “Eu determinei à Secretária de Agricultura poderes para limpar os mananciais, açudes e barragens, e em troca o proprietário da terra assina um termo de cessão ao município para que disponha da água.

Não é nada de apropriação indevida.

Eu não tinha nem conhecimento do serviço (na fazenda do filho).

Soube depois do acontecido.

Era um serviço de um dia e meio”, procurou esclarecer Carlos Cecílio.

O secretário de Agricultura, Claudivan Alves de Araújo, por telefone, assumiu a autorização dos serviços na Fazenda Minador, de Rodrigo Cecílio.

Claudivan revelou que a Companhia Pernambucana de Abastecimento (Compesa) não consegue “dar conta” do atendimento à população, o que levou o prefeito a assinar o decreto.

O secretário assegurou que o município tem sido atendido, “na medida do possível”, e ressalvou que o dono da Minador e filho do prefeito vai conceder, em troca do serviço, o acesso ao açude – que hoje está seco – quando acumular água do próximo inverno. “O Exército e a Prefeitura vão captar e distribuir a água à população.

Já abrimos mais de 150 cacimbas e limpamos mais de 100 barreiros”, disse Claudivan.

O prefeito Carlos Cecílio já inocentado pelo TRE-PE, após ser cassado em 1ª instância, da acusação de “compra de votos” nas eleições de 2008.

Foi denunciado também por modificar o padrão de obra da Academia das Cidades, repintando o equipamento, o que negou.

E foi investigado por suspeita de envolvimento com grupo especializado em superfaturamento de obras públicas.