Foto: Clemilson Campos/JC Imagem Por Bruna Serra, do Jornal do Commercio Mesmo que estatísticas possibilitem leituras dos mais variados tipos, levando-se os números a favorecer qualquer que seja o interesse, a eleição do PT reforçou a compreensão que já havia sido sinalizada nas prévias de 2012, de que está sob ameaça a hegemonia exercida pelo senador Humberto Costa e pelo ex-prefeito João Paulo.

A sexta vitória de Oscar Barreto para o comando do PT no Recife evidenciou que a inserção das correntes lideradas por Humberto (Construindo um Novo Brasil) e João Paulo (Articulação de Esquerda) na capital – principal reduto eleitoral do PT no Estado desde a sua fundação – não resulta mais em vitórias.

Para além dos números significativos em favor de Oscar, verificou-se que foi graças à ingerência do ex-prefeito João da Costa que a deputada Teresa Leitão conseguiu reverter a contagem desfavorável que se apresentava no interior, chegando vitoriosa no primeiro turno da disputa.

O estrago só não foi maior para o candidato Bruno Ribeiro – apoiado por João Paulo, Humberto e o atual presidente, Pedro Eugênio – por conta da adesão do grupo de Gilson Guimarães, o PTLM.

As prévias de 2012 já apontavam para a redução da força das principais lideranças petistas em Pernambuco.

Com a vitória de João da Costa na eleição interna contra Maurício Rands, ficou o prenúncio de que as dificuldades no PED não seriam poucas.

Os petistas ligados a João Paulo e a Humberto argumentam que uma grande ingerência do PSB seria o fator preponderante para que essa redução de forças da CNB e da AE.

Ao longo dos últimos anos, o PT ficou mais exposto à ingerência socialista e a relação mais que diplomática de João da Costa com a cúpula do PSB proporcionou musculatura aos petistas conhecidos como “queijo do reino”: vermelhos por fora, amarelos na essência.