A Associação de Vereadores do Araripe levou faixar para o Auditório da Alepe onde ocorreu audiência pública.

Foto: BlogImagem Os prefeitos e vereadores da região do Araripe vão tentar articular, ainda nesta quarta-feira (13), a suspensão do edital de construção do Canal do Sertão, obra orçada em R$ 2 bilhões que se tornou polêmica após lançamento da peça, no último mês.

Os prefeitos querem parar o edital antes da apresentação das propostas pelas empresas que queiram realizar a obra, que acontece a partir do dia 28.

Ao contrário do estudo realizado em 2004, que previa a criação de 139 mil hectares de área irrigada, o edital lançado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e da do Parnaíba (Codevasf) beneficiava apenas 43 mil hectares e deixava de contemplar os municípios de Ouricuri, Araripina, Trindade, Bodocó, Exu, Granito e Moreilândia.

Para tentar suspender o edital, os prefeitos vão recorrer ao contato com a bancada federal pernambucana e com os três senadores do Estado.

Eles vão procurar dialogar com algum representantes do Ministério da Integração, com a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti ou com a própria presidente Dilma Rousseff (PT).

As associações de prefeitos e vereadores do Araripe também vão elaborar documentos com a crítica ao projeto para encaminhar ao Planalto.

O mesmo fará a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), que prepara um abaixo-assinado endossado por todos os deputados; hoje, o documento já tem 31 das 49 assinaturas.

Na Alepe, quem está à frente da coleta das assinaturas é a Comissão Especial da Seca, que realizou uma audiência pública na manhã desta quarta para entender as mudanças no projeto.

Oito prefeitos e vários vereadores vieram até o Recife para participar da solenidade, que começou com aproximadamente uma hora de atraso porque a Comissão esperva os representantes do Ministério da Integração e Codevasf.

Na sua fala, o representante do escritório da Companhia em Recife, Marcelo Teixeira, disse que não possuia dados técnicos para apresentar porque tinha ido à reunião às pressas, uma vez que nenhum dos órgãos tomou conhecimento da audiência.

Chefe do escritório da Codevasf em Recife disse que Companhia não sabia de audiência e foi rebatido por deputado.

Foto: BlogImagem A falta de comunicação foi negada na hora pelo deputado Raimundo Pimentel, que havia convocado o encontro e apresentou os oficios enviados no dia 4 de novembro para as duas instituições.

Ele também apresentou a correspondência por e-mail com o assessor da Pasta, Jenner Guimarães, que havia confirmado o comparecimento de duas pessoas na audiência.

Sem explicações, os prefeitos teceram críticas aos órgãos. “É uma falta de respeito com esta Casa e com os prefeitos que vieram de longe”, afirmou Pimentel.

Durante a audiência, também ficou definido que os prefeitos vão se reunir semanalmente para manter a mobilização em torno da causa.

Os membros da Comissão também ficaram incubidos de tentar realizar uma sessão intinerante da Alepe em algum dos municípios do Araripe.

Se não conseguir marcar uma audiência em Brasília, o grupo pode procurar Dilma quando ela visitar o Estado, no dia 21.

As Câmaras de Vereadores da região também estudarão a aprovação de votos de protesto contra o Ministério pela falta de diálogo.