A decisão das entidades de defesa dos direitos humanos de Pernambuco de denunciarem à Organização das Nações Unidas (ONU) a violência e a falta de estrutura das unidades da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), foi motivo de discussão nesta quarta-feira (13), na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Entidades recorrem à ONU para denunciar torturas em unidades da Funase O caso foi apresentado no plenário pela deputada Terezinha Nunes (PSDB), que atribuiu a responsabilidade ao Governo do Estado pela situação dramática das unidades que abrigam jovens infratores em Pernambuco.

Para a oposicionista a gestão do governador Eduardo Campos está terminando e o mundo hoje está de olho em Pernambuco, mas com um foco negativo, pois o estado aparece no ranking nacional ocupando o primeiro lugar no Brasil em números de mortes de adolescentes e jovens em unidades administradas pelo governo estadual.

Terezinha disse que, há sete anos à frente do executivo estadual, o governador não apresentou nenhuma política socioeducativa para um sistema que está falido. “ O documento apresentado pela Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (ANCED), mostra que 11 adolescentes foram mortos em 2012 e este ano quatro perderam a vida sob a tutela do estado. É uma situação inadmissível para um estado que tem registrado um representativo crescimento econômico”, protestou.

A deputada lembrou que o governador inaugurou hoje uma nova unidade da Funase em Vitória de Santo Antão, mas, segundo ela, o modelo adotado não resolve.

Uma vez que grandes unidades concentram excesso de internos, ampliando o problema, aumentado também o número de rebeliões e mortes.

Ela lembrou a denúncia do coordenador executivo do Centro Dom Helder Câmara (Cendhec), José Ricardo Oliveira, de que 28% das mortes do regime de internação no Brasil aconteceram no Estado, adiantando que a questão do problema não deve a ser falta de recursos, já que o Governo conseguiu altos investimentos para construir o estádio da Copa.