Por Ricardo Essinger, economista, industrial e vice-presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe) Duramente afetada pela crise global, a França está preparando amplo programa de recuperação econômica estimulando o setor industrial com investimentos públicos estimados em 3,7 bilhões de euros – cerca de R$ 112 bilhões –, para gerar 480 mil empregados, em 10 anos.

Para isso, o governo francês contratou a consultoria multinacional McKinsey que ajudou na formatação do programa “A retomada industrial”.

Guardando as devidas distâncias, mas com o mesmo objetivo de mobilizar a atividade industrial, fortalecendo o setor, gerando empregos e, consequentemente, ampliando a renda da população, a Federação das Indústrias de Pernambuco (FIEPE) está promovendo aprofundado estudo que visa a analisar a estrutura, a dinâmica, as tendências e os desafios da indústria pernambucana.

Os pesquisadores da FIEPE estão identificando entre as forças produtivas de Pernambuco, os gargalos mais comuns que envolvem o segmento industrial.

O projeto é pioneiro na região e, quando concluído, o diagnóstico servirá de suporte à Proposta de Política Industrial que será apresentado ao governo do Estado, no final deste ano.

Com o apoio do Sebrae e da Confederação Nacional da Indústria o projeto vem sendo executado pela Ceplan-Consultoria Econômica e Planejamento, envolvendo temas relacionados com a infraestrutura econômica, a inovação e a capacitação tecnológica; meio ambiente e sustentabilidade; sistema tributário e benefícios fiscais; relações de trabalho e relações sindicais; capacitação e recursos humanos. É um estudo completo abrangendo todas as regiões do Estado.

Segundo estimativas da FIEPE, Pernambuco registrou, entre 2007 e 2012, uma expansão média do PIB de 6,0%, permanecendo maior que as taxas nacional (3,7%) e regional (4,7%).

Nesta retomada da economia pernambucana, somado ao dinamismo do mercado de trabalho, o crescente consumo decorrente do aumento da oferta de emprego, a formalização da mão de obra e o aumento dos salários, a indústria passou a constituir-se um dos setores mais dinâmicos da economia.

Agora, porém, novos desafios exigem mudanças na gestão e nos processos produtivos industriais, favorecendo a inserção do Estado no contexto nacional e internacional e que resultem em maiores oportunidades de negócios.

A presença sistemática de empresários dos segmentos da indústria local, durante os debates realizados, legitima a proposta, pois possibilita evidenciar os principais gargalos produtivos.

Portanto, ao final do estudo, serão definidos os elementos que nortearão políticas que visem a suprir tais deficiências com propostas para aumentar a produtividade e tornar a indústria local mais apta para competir nesse novo cenário em que a economia pernambucana se apresenta.

Seguramente, o estudo será valiosa ferramenta para ajudar à economia estadual a dar um salto qualitativo, aumentando a produtividade e alavancando o desenvolvimento regional.

Tendo a indústria como base de sustentação.

O estudo já constatou que os problemas mais citados são os que envolvem infraestrutura econômica, qualificação de mão de obra, inovação, sistema tributário e benefícios fiscais, ou seja, temas determinantes para a viabilidade e sustentabilidade econômica de qualquer investimento produtivo.

Contudo, essas constatações são velhos e conhecidos entraves para quem enfrenta as duras tarefas de manter um empreendimento regional, funcionando, arcando com alta carga tributária, mantendo empregos e sofrendo concorrência, muitas vezes desleais e, assim mesmo, incentivadas pelo poder público.

A esperança é que todos os segmentos envolvidos com o desenvolvimento que Pernambuco aspira e trabalha para isso, conheçam melhor as dificuldades através da vivência de quem enfrenta antigos e novos problemas.

Sempre com a determinação de fazer o melhor.