Foto: BlogImagem O discurso público de lideranças do PT de Pernambuco é de que, após o Processo de Eleição Direta (PED) - que escolherá os novos dirigentes do partido -, os lados rachados começarão a se reunificar, até porque o partido tem o desafio de montar um palanque forte para a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) no Estado que é reduto eleitoral do governador Eduardo Campos (PSB), possível adversário da petista.
A realidade, entretanto, parece diferente da expectativa.
A dez dias para o pleito interno, um debate morno, mas recheado de farpas, entre candidatos a presidente estadual da legenda, ontem à noite, revelou que o mal-estar interno está longe de ser resolvido.
A deputada estadual Teresa Leitão (PT) – candidata do grupo do ex-prefeito João da Costa – criticou indiretamente a atual direção ao defender que o partido não pode ser dirigido por apenas uma tendência partidária, em uma referência à corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), do senador Humberto Costa, que, junto com o deputado federal João Paulo, lançou o nome de Bruno Ribeiro. “A verdadeira unidade é com diversidade e respeito às diferenças, sem excluir e banindo o trator”, afirmou.
No ano passado, o ex-prefeito João da Costa - que apoia a candidatura de Teresa - venceu a eleição interna (prévia) para disputar a Prefeitura do Recife, mas acabou sendo rifado com a imposição pela Executiva Nacional da postulação do senador Humberto Costa.
Teresa Leitão também cutucou o adversário ao se demonstrar receosa com a possibilidade de o resultado do PED não ser respeitado e considerou que as notícias de que a eleição não deve atingir o quórum mínimo de votantes por causa da falta de mobilização da militância - o que abriria espaço para uma nova intervenção da direção nacional -, podem ser uma ”ação premeditada”.
Em outro momento, Bruno Ribeiro foi questionado por um militante pela aliança com Wladimir Quirino - que ontem anunciou a retirada da sua candidatura ao PED para apoiá-lo e foi chamado de “laranja”. “Por que a unidade do PT incomoda tanto?”, disse Bruno, rebatendo o correligionário.
O racha na legenda também transpareceu ao se observar o auditório, metade vazio.