Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado Da Agência Estado Um desentendimento entre PT e PMDB vai deixar a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) sem presidente a partir da próxima semana.
O ministro Paulo Bernardo (Comunicações) quer a recondução de João Rezende, mas a aprovação do nome só sai depois de os dois partidos se entenderem sobre uma segunda vaga.
Alertado de que o nome só será aprovado se a indicação for “casada” com a do PMDB, o governo ainda não mandou ao Senado o pedido de recondução de Rezende.
O governo também estaria segurando a nomeação para negociá-la junto com a reforma ministerial.
O imbróglio em torno dessa segunda vaga deve-se a um acordo feito entre o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o senador petista Walter Pinheiro (BA), que, oficialmente, nega apadrinhamentos.
Renan cedeu a vaga do PMDB ao petista, que indicou o servidor do Senado Igor Vilas Boas, pensando ser um nome do agrado da bancada do PMDB.
Enganou-se. “Eu não tomei conhecimento dessas indicações como líder.
Tem que avaliar os nomes, discutir com a bancada”, disse o líder do PMDB, senador Eunício Oliveira (CE).
Diante da reação, Renan cobrou uma explicação de Pinheiro.
Foi informado de que a indicação era pessoal e que ele não havia consultado a bancada do PMDB.
As negociações voltaram à estaca zero e o PMDB já ameaça rejeitar a recondução de João Rezende caso o nome de Igor Vilas Boas seja mantido.
Com isso, a Anatel, responsável por regular o setor de telecomunicação - que movimentou R$ 180 bilhões em 2012 -, passará a funcionar com três diretores efetivos e um interino a partir de segunda-feira.
A vaga disputada pelo PMDB está aberta há um ano.
Era ocupada por Emília Ribeiro, apadrinhada de José Sarney (AP).