A abertura do RECIFEST – Festival de Cinema da Diversidade Sexual bombou.

O Cinema São Luiz se coloriu para receber o público, centenas de pessoas que foram conferir o longa “Tudo o que Deus criou” e as homenagens a Rutílio de Oliveira e ao Coletivo Angu de Teatro, que assinou o cerimonial com André Brasileiro e Hermila Guedes.

No primeiro andar, a boate Metrópole montou um lounge com DJ, com espaço para exposição de obras da artista Xuruca Pacheco, que confeccionou os troféus que serão entregues para os melhores curtas da mostra competitiva.

Hoje o RECIFEST exibirá uma seleção especial de curtas internacionais.

Pela primeira vez no Recife, a Mostra DIV.A - Festival Diversidade em Animação traz 16 curtas de animação (do stop-motion ao 3D), feitos em 11 países, programados pelo diretor de animação carioca Quiá Rodrigues.

Entre os destaques está o curta “Hetero”, de Lasse Person e Lisa Tulin.

Lisa é o alter ego de Lasse, que se traveste em mulher de cabelos longos e olhos azuis. “Aparentemente o mundo da animação pode ser visto como essencialmente hétero, mas um olhar mais apurado nos revela importantes movimentos de alguns animadores em discutir a sexualidade mais amplamente”, diz Quiá Rodrigues. “Muitos animadores pensam a questão e apontam caminhos para radiografar a diáspora que é a identidade sexual do ser humano.

Esses animadores dão grande contribuição nessa discussão criando um discurso inventivo quadro a quadro”.

Sob curadoria do realizador paulista Ricky Mastro, a mostra internacional traz curtas inéditos na América do Sul. “São filmes vindos de repertórios cinematográficos distantes e diversos”, diz Ricky Mastro. “Cinema é política e no mundo inteiro a comunidade LGBTTT enfrenta alguns desafios que são debatidos em sua própria organização.

A união homoafetiva, as novas dinâmicas de arranjos familiares e a inclusão da sexualidade do personagem não como ponto principal da história, mas como desdobramentos dos modos de existir”.

Mostra Nacional e Pernambucana A competição oficial está dividida em nacional e pernambucana e será exibida nos dias 24 e 25.

Elas refletem o amadurecimento e a crescente produção de curtas de temática LGBTTT. “Os programas trazem diferentes olhares sobre o tema, abordado de forma mais sensível, leve e menos panfletária”, diz Alexandre Soares.

Os filmes serão julgados por comissão formada pelos cineastas Kátia Mesel (presidente), Alexander Mello (RJ), Beto Normal (PE), Quiá Rodrigues (RJ) e Uirá dos Reis (CE).

Encerramento Aplaudido na Mostra de Tiradentes, Cine Esquema Novo (RS), Fest Latino (SP) e Cinemúsica (RJ), encerra o Recifest a produção cearense “Doce Amianto”, uto Parente e Uirá dos Reis, conta a história de uma travesti que sente-se abandonada por seu amor e encontra abrigo em sua amiga morta.

No dia 25 (sexta-feira), às 15h, o Recifest promove a palestra “Mídia e Diversidade Sexual” no auditório da Fafire (Boa Vista).

Participam os jornalistas Fabiana Moraes (repórter especial do Jornal do Commercio) e Diogo Carvalho (Blog LGBTudo /Diario de Pernambuco), Eleonor Pereira (Coord.

Nacional e Regional do Movimento Nacional Mães pela Igualdade/ Presidente do Instituto José Ricardo - Pelo bem da Diversidade) e o coordenador do Centro Estadual de Combate à Homofobia, Rhemo Guedes.

A mediação é do professor e crítico de cinema Alexandre Figueirôa.

Mais sobre o evento Realizado pela Associação Cultural Bondosa Terra em associação com a jornalista e cineasta Clara Angélica, o Recifest conta com o patrocínio da Fundarpe/Governo de Pernambuco, através do edital de fomento do Funcultura Audiovisual. É o primeiro evento local dedicado à temática LGBTTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros).

Além dos filmes, a programação conta com oficinas, debate e homenagens ao ator e produtor Rutílio de Oliveira (1959-2012), idealizador do Recifest, e o coletivo Angu de Teatro, que completa dez anos.

De acordo com as organizadoras do evento, Rosinha Assis e Clara Angélica, a realização do Recifest surge como espaço para discutir o mundo contemporâneo. “Diante de temática complexa, delicada e polêmica, aceitamos o desafio de identificar uma programação em que o público se reconheça e se veja projetado, mas que ao mesmo tempo desperte o interesse de quem goste de boas histórias e que ame o cinema”.

A entrega dos troféus têm representatividade política e cultural e será feita por José Otávio Meira Lins (presidente da Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes - Abrat GLS Nordeste), Dr.

Adalberto Farias (Procurador de Justiça do Ministério Público de Pernambuco, protagonizou o 1º casamento homoafetivo a ocorrer fora do Sul-Sudeste do Brasil), Maria do Céu (há 11 anos à frente do Clube Metrópole, considerada a mais atuante empresária do setor de entretenimento LGBTTT do Brasil), Eleonora Pereira (Coord.

Nacional e Regional do Movimento Nacional Mães pela Igualdade / Presidente do Instituto José Ricardo - Pelo bem da Diversidade), Suzana Costa (atriz e produtora cultural, atuou junto a Rutílio de Oliveira em várias peças) e Jomard Muniz de Britto (poeta, cineasta e professor).

Clube Metrópole e Santo Bar Uma parceria que gera poder de mobilização e representatividade com a cena local.

Por isso, além de sediar a festa oficial do evento, a Metrópole montará um lounge no mezanino do Cinema São Luiz. “Acho importante um festival deste porte, pois movimentará a cena da diversidade sexual de Pernambuco”, disse Maria do Céu, produtora e promoter da casa noturna.

Serviço: Recifest – Festival de Cinema da Diversidade Sexual Quando: de 22 a 26 de outubro Onde: Cinema São Luiz (Rua da Aurora 175 – Boa Vista) Informações: www.recifest.com.br Entrada franca