Por Roberval Sobrinho Do JC Online O discurso da “nova política” pregado pelo governador Eduardo Campos (PSB) é interpretado pela ex-vereadora Soninha Francine (PPS-SP) mais como boa vontade política, do que por seus efeitos práticos.

Contudo, ela acredita que é possível governar fazendo concessões, sempre tendo à frente, porém, uma postura ética.

A pós-comunista chega hoje ao Recife e participa de um debate, tendo como pano de fundo a costura de apoios para selar seu nome como candidata do PPS à Presidência da República.

Por telefone, Soninha falou ao JC da expectativa do PPS para as eleições de 2014 e a aliança Eduardo-Marina Silva, tida por ela como um “xeque-mate” do PSB.

Sobre a necessidade de se empreender um novo modelo de fazer política, defendido pelo governador, Soninha foi taxativa ao afirmar que não é possível criar partidos em que todas as pessoas sejam honestas 100%. “Isso não existe em nenhuma organização que tenha seres humanos”, crava.

Para ela, nunca vai se estabelecer uma nova política que se pretenda ser um espaço em que todas as pessoas concordem o tempo todo, onde ninguém tenha uma conduta questionável, não queira pisar no “pescoço do outro” e não se cometa absurdos dentro de uma aliança.

Sobre a aliança Eduardo-Marina, Soninha avalia que a união foi uma perda para o PPS.

Segundo ela, havia a possibilidade de a ex-senadora integrar aos quadros da sigla. “Muita gente no partido tinha ela (Marina) como a preferida das alternativas, mas Eduardo foi hábil e surpreendeu todo mundo”, resigna-se.

Ainda sobre Marina, ela afirma que a ex-senadora hesitaria em migrar para um partido que tem posicionamento de clara oposição ao PT. “Assumir uma posição de confronto contra o PT, seria muito difícil para ela, que tem suas raízes naquele partido”, analisa Soninha.

Indagada sobre o motivo de as negociações para ingresso do ex-governador José Serra (PSDB) ao PPS não terem avançado, Soninha afirma que por mais que o PSDB seja uma “colcha de retalhos”, seria difícil para o tucano sair de um partido que ajudou a fundar e migrar para uma sigla menor, com pouca estrutura de percorrer o Brasil com sua campanha presidencial. “Isso pesou muito.” Soninha diz que boa parte do PPS vislumbra a possibilidade de uma candidatura própria, com ela na cabeça de chapa.

O Ceará é a próxima parada no final do mês.