Candidata à Presidência estadual do PT, a deputada estadual Teresa Leitão publicou uma imagem em sua página no Facebook pedindo para petistas que tenham dúvidas quanto às posturas dela dentro do partido possam deixar perguntas que serão respondidas pela própria Teresa.
Nos bastidores, o que se diz é que ela pode ter saído queimada do processo do PT que decidiu deixar os cargos nos governos do PSB no Estado e nas prefeituras do Recife e de Paulista. É que o grupo da deputada foi apontado pelos integrantes da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), com quem disputam a hegemonia dentro do partido, de defenderem a manutenção da legenda ao lado do governador Eduardo Campos (PSB).
O Diretório Estadual do PT decidiu entregar os cargos nas gestões socialistas no domingo (20), após um longo processo de desgaste interno entre os dois grupos.
No próprio dia, a corrente de Teresa quis fazer valer o pedido do presidente nacional da sigla, Rui Falcão, de criar uma comissão para discutir como ficaria a situação política do partido, mas a CNB teria alegado não haver tempo hábil.
O impasse, legou o grupo da deputada a abandonar a reunião do Diretório.
Após a polêmica, a assessoria da deputada chegou a explicar que a decisão da comissão poderia ter sido tomada no mesmo dia.
O grupo pretende ir à Direção Nacional do PT comunicar irregularidades durante a reunião.
Segundo a deputada, não havia ninguém no PT, naquele dia, que ainda defendesse a continuidade da relação com o governador e provável adversário de Dilma Rousseff (PT) na eleição de 2014.
Uma caravana petista havia se encontrado com Rui Falcão na sexta-feira (18) para ouvir da Nacional a indicação pela entrega dos cargos.
Dias antes, Rui havia se reunido com o ex-presidente Lula e com três parlamentares do PT pernambucano: o senador Humberto Costa e os deputados federais João Paulo e Pedro Eugênio, que preside a legenda no Estado.
Todos pertencem à CNB e ouviram de Lula que deveriam deixar a gestão de Eduardo num prazo de dez ou quinze dias.
Em entrevista à Rádio JC News, nessa segunda-feira (21), a própria deputada chegou a revelar que só havia um foco de resistência à entrega dos cargos em seu grupo político: o presidente do PT do Recife, Oscar Barreto.
Oscar, que ocupa a secretaria-executiva estadual de Agricultura, sempre foi tido nos bastidores como a liderança petista mais próxima do governador.
Após a reunião da sexta-feira, até ele teria sido convencido de que chegara o momento de se afastar do PSB.
Em encontro com o governador nessa segunda, ele chegou a colocar o cargo à disposição.
Eduardo pediu que ele aguardasse ao menos até o final do mês, para que eles pudessem ter uma nova conversa que definisse a situação do petista. À interlocutores, Oscar tem dito que o cargo que ocupa hoje não foi indicação do PT, mas um convite pessoal do governador.
Interior Até o momento, no Facebook, Teresa só respondeu a uma pergunta, de um petista que questionou o que ela faria para fortalecer o partido no interior. “Nosso plano propõe uma rede de articulação com todos os diretórios municipais”, disse a deputada.
Ela defendeu atividades e políticas setoriais permanentes que valorizassem a vida política do partido no interior na vida cotidiana do PT e não apenas em períodos eleitorais.
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