A Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara realiza, nesta terça-feira (22), às, 9h, no auditório do Ministério Público Federal - Recife, sessão pública referente ao caso do Padre Antônio Henrique.
O ex-diretor do Colégio Marista, conhecido como irmão Orlando Cunha Lima – uma das pessoas mais próximas do religioso - presta depoimento com objetivo de colaborar com os membros da CEMVDHC.
O relator é o advogado e membro da CEMVDHC, Henrique Mariano.
Nadja Brayner e Gilberto Marques são sub-relatores.
A abertura do encontro é presidida pelo coordenador, Fernando Coelho.
A sessão é aberta ao público.
No antigo Colégio Marista, onde padre Antônio Henrique era professor de religião, irmão Orlando tinha com ele convivência diária e de muita proximidade.
Em 1969, com a criação da Comissão Judiciária de Inquérito, irmão Orlando acompanhou os trabalhos e testemunhou para ajudar nas apurações sobre a responsabilidade dos autores do assassinato do padre.
O depoente também conviveu com Irmão Eduardo Orlando Aguiar Amorim, professor do Colégio Marista e amigo do Pe.
Antônio Henrique.
Em depoimento prestado à Comissão Judiciária de Inquérito, Irmão Eduardo Aguiar confirmou que, dias antes do crime, padre Henrique contou sobre o recebimento de uma carta com ameaças.
Para o relator, Henrique Marino, o depoimento do irmão Orlando Cunha tem grande importância, sobretudo porque pode ajudar a esclarecer fatos relacionados ao crime. “Houve um atentado desferido contra o Juvenato D.
Vital, local de trabalho do Pe.
Antônio Henrique, antes do assassinato.
Irmão Orlando, que acompanhou os trabalhos da Comissão Judiciária de Inquérito, pode dirimir dúvidas relacionadas à participação do automóvel pertencente à SSP/PE no sequestro do padre Henrique, ocorrido no dia 27 de maio de 1969 no bairro de Parnamirim”.
Mariano enfatiza ainda que “é o momento de dirimir dúvidas relacionadas à participação do então Delegado da Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco, Bartolomeu Gibson e do sobrinho, Jerônimo Duarte Rodrigues Neto.
Além de obter informações relacionadas a atuação do CCC (Comando de Caça aos Comunistas) em Pernambuco”.
ENTENDA O CASO – Em 1969, Padre Henrique foi torturado e morto a tiros.
Tinha apenas 29 anos.
O corpo foi encontrado em um terreno baldio, na Cidade Universitária.
Havia tiros na cabeça, cordas no pescoço e facadas.
Na época, era auxiliar do então arcebispo Dom Hélder Câmara, um dos nomes mais expressivos da Igreja Católica.
Em 1986, o caso foi arquivado por falta de provas.