Por Eliane Cantanhêde O leilão de amanhã do campo de Libra excita os leigos e divide os técnicos, mobilizando corações e mentes país afora.

A direita liberal critica a “privatização estatizante”, enfatizando a contradição em termos.

Já a esquerda antiquada grita que estão entregando as riquezas naturais para estrangeiros.

Em busca do equilíbrio, Dilma, a economista e gerentona, assimilou que, sem investimentos privados nacionais e externos, nem o pré- sal reverte para o bem-estar dos brasileiros nem o país avança.

Contudo Dilma, a ex-pedetista e atual petista, se contorce entre o que acha melhor para o país e o que ela e seus partidos cultivavam como cláusula pétrea.

O resultado é o que os especialistas chamam de “abertura envergonhada”, que fica no meio do caminho.

Abre-se o mercado, mas com tantas dúvidas, condicionantes e rodeios semânticos que os grandes investidores se sentem amedrontados.

Investidor não é amigo nem benemérito.

Quer ambiente favorável, confiança, regras estáveis e, obviamente, garantias razoáveis de ganhos.

Em contrapartida, tem de comprovar competência e assumir responsabilidade para divi- dir o lucro do sucesso ou o prejuí- zo do insucesso.

Digamos que os investidores desejáveis sejam mais ou menos o oposto dos que ganharam a licitação dos aeroportos brasileiros, que não têm portfólio nem reconhecimento do mercado.

Os grandes recuaram, eles avançaram.

Deu no que deu e ninguém sabe como corrigir.

Vença quem vencer, a Petrobras tem garantido seu quinhão de 30% de participação e o governo brasileiro vai embolsar R$ 15 bilhões para cumprir o superávit fiscal.

Entretanto a maioria dos consórcios estrangeiros é… estatal.

E seja o que Deus, os vencedores e a improvisação brasileira quiserem.

As futuras gerações saberão avaliar.